Faial: O vulcão dos assombros

Da Horta ao vulcão dos Capelinhos são cerca de 30 quilómetros. Fazemo-nos à estrada já o dia está a cair e quando chegamos o Centro de Interpretação, inaugurado em 2008, tem as portas fechadas, mas isso até traz vantagens: à luz do final de tarde, esta paisagem inóspita, lunar, fantasmagórica até, ganha uma aura ainda mais forte. Não fossem as juras de amor com vista para o mar de Carlos e Joana e seríamos nós e o vulcão.

Estamos na ponta ocidental da ilha, na freguesia do Capelo, e foi aqui que, em 1957, a 27 de Setembro, “um novo vulcão nasceu no mar, o vulcão dos Capelinhos”, lê-se no site do Siaram, organismo da Direcção Regional do Ambiente dos Açores.

Depois disso, foram 13 meses de erupções, que originaram um aumento de 2,5km2 na área total da ilha. A crise sísmica subsequente à erupção vulcânica e as cinzas e materiais projectados destruíram quase tudo no Capelo e na Praia do Norte.

Não houve, contudo, vítimas mortais, mas terá sido a partir daqui que mais se intensificou a emigração açoriana para os Estados Unidos e Canadá.

Estamos, então, a pisar chão muito recente. Praticamente não há vegetação. O farol que aqui permanece marca o ponto onde antes da erupção terminava terra firme. Em volta, geologicamente falando, é tudo novo. E de uma beleza virgem e aterradora.

Diz quem sabe que o Centro de Interpretação é imperdível, mas disso não podemos falar. Contentamo-nos, então, com as imagens de postal que levamos do vulcão – e isso já não é coisa pouca.

Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos
Apartado 125, EC Horta
9901-909 Horta
Tel.: 292 200 470
Email: pnfaial.vulcaodoscapelinhos@azores.gov.pt
siaram.azores.gov.pt/centros-interpretacao/ci-capelinhos

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Manuel Roberto
Manuel Roberto