Passos prepara congresso para início de 2014

Insatisfação devido à derrota eleitoral deverá ter eco no conselho nacional do PSD desta terça-feira.

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Passos assumiu a derrota eleitoral do partido a nível nacional Enric Vives-Rubio

As justificações para um dos piores resultados autárquicos de sempre do PSD fervem internamente e deverão ter eco na noite de terça-feira pela voz dos conselheiros nacionais do partido. O cenário de antecipação do congresso está em cima da mesa. A direcção mantém que a reunião magna deve realizar-se nos primeiros três meses de 2014. Antes terá de realizar eleições directas para a escolha do líder. Na cúpula do PSD, a tendência é para desdramatizar críticas que amanhã venham a lume.

Algumas estruturas distritais declararam ao longo do dia de hoje dispensar a antecipação do congresso ordinário do PSD, previsto para o primeiro trimestre de 2014, quando passam dois anos sobre a última reunião magna do partido. No início de Março, está previsto o congresso do Partido Popular Europeu (PPE) e, no mês seguinte, o PSD prepara-se para a campanha das eleições europeias, que estão marcadas para Maio. Este era o calendário previsto e é o que se deverá manter.

Apesar de as distritais não reclamarem a antecipação do congresso, deixaram alguns alertas. O presidente da distrital de Braga do PSD, Paulo Cunha, defendeu que o partido deve “repensar” o processo de escolha dos candidatos autárquicos e colocar o poder de decisão nos órgãos locais para evitar “importações que normalmente são penalizadas” pelos eleitores. Lisboa e Porto, onde o PSD sofreu pesadas derrotas, foram apontados como exemplos paradigmáticos, mas Paulo Cunha diz que poderia apontar outras “dezenas de casos”.

Capucho “tranquilo” com eventual expulsão
Miguel Pinto Luz, líder da distrital de Lisboa, assume que os resultados do PSD seriam melhores em Sintra, por exemplo, se as contas não ficassem baralhadas com o aparecimento do candidato independente Marco Almeida (ex-PSD), apoiado por António Capucho. Questionado sobre se esses militantes devem ser sancionados pelo partido, Pinto Luz diz que as regras têm de funcionar. “Quem concorre em listas concorrentes tem que sair do partido, é incontornável, seja quem for”, afirmou.

Em reacção a esta posição, António Capucho afirmou ao jornalSol estar "tranquilo" quanto a uma eventual expulsão do PSD por ter apoiado em Sintra um candidato independente e diz que, se isso acontecesse, "teriam que ir na leva um conjunto não despiciendo de militantes, alguns mesmo fundadores do partido", disse, referindo-se a Miguel Veiga ou Valente de Oliveira, que apoiaram Rui Moreira no Porto.

 
 
 

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