Tivesse o seu adversário chocado contra Neymar dois centímetros acima do local em que o avançado se lesionou e, hoje, o jogador brasileiro poderia estar numa cadeira de rodas. As palavras foram do próprio Neymar que, entre lágrimas e tristeza, afirmou que não tinha como se proteger do embate com o colombiano Camilo Zuñiga, mas que não lhe guarda rancor.

“Hoje poderia estar numa cadeira de rodas, então é complicado falar num lance que, num momento tão importante da minha carreira ia acabar sofrendo, mas faz parte, aconteceu e a vida segue”, afirmou Neymar em lágrimas, na conferência de imprensa da selecção brasileira, em Teresópolis, na passada quinta-feira.

Durante a conferência de imprensa, Neymar falou sobre o lance que, repentinamente, o fez abandonar o Campeonato do Mundo, referindo que foi uma entrada com a qual não concordava. “Não vou dizer que foi desleal, que ele queria magoar-me, pois não estou na cabeça dele e não posso saber isso. Todos os que percebem de futebol sabem que não foi uma entrada normal”, reconheceu o jogador, acrescentando que, quando se deseja fazer uma falta para que o jogo pare, é dado um pontapé no tornozelo ou empurra-se o adversário.

Embora chateado com o lance, Neymar não guarda rancor de Zuñiga: “Não tenho rancor ou ódio. Ele até me ligou, no dia seguinte, falando que não queria me machucar, que sentia muito. Desejo que Deus o abençoe e que tenha sucesso na sua carreira.”

Relativamente à goleada que o Brasil sofreu na passada terça-feira, Neymar admitiu que, em nenhum momento da prova, a equipa apresentou um futebol digno de selecção brasileira, uma vez que levam consigo, até ao momento, três vitórias, dois empates e uma derrota por 7-1. Para o avançado, os jogadores brasileiros tiveram a oportunidade de marcar o seu nome na história (de forma positiva), mas que falharam, erraram e deixaram a desejar. “Sabemos que não fizemos uma campanha boa, não demonstrámos nosso melhor futebol, um futebol de selecção brasileira, superior, que encanta a todos. Demonstrámos um futebol regular, por isso é que ficámos pelas meias-finais."

Coragem foi o que não faltou ao jogador, no momento em que afirmou que iria torcer por Messi na final do Mundial no Brasil, sabendo que a Argentina é a maior rival da selecção brasileira em futebol: "Galera, eu não estou torcendo pela Argentina, mas por uma pessoa que eu passei a admirar ainda mais por estar ao lado dele todos os dias. É um jogador que eu admirava de longe. A minha torcida é pelo Messi."