Uma consistência na qualidade

Devo ter lido a maior parte das edições. Continuo a lê-las em papel. E há o telemóvel, quando estou longe.

A ciência, que não constitui o mundo em que cresci, é hoje o ambiente em que vivo, e para que gasto as minhas energias. É um cosmos eminentemente virado para o futuro, aquilo que não conhecemos. Conduz-nos a áreas novas, a novos caminhos , a aventuras que nem podemos ainda nomear. Tem tudo a ver com o futuro. Tenho vindo a habituar-me – até nesta fase já adiantada da vida – a tentar pensar e fazer com os olhos virados para o que nem hei de ver.

Neste contexto, pensando num jornal que me acompanhou ao longo destas dez mil edições, apetece-me celebrar, o que faço por esta via, e tentar imaginar como vai ser.

Devo ter lido a maior parte das edições. Continuo a lê-las em papel. E há o telemóvel, quando estou longe. E nele leio agora, também, o “Enquanto dormia”.

Lembro-me bem de ter aguardado o nascimento do PÚBLICO, que foi um bocadinho demorado, e da expetativa em torno de como seria o jornal. Fui seguindo, do lado passivo, as conquistas, as mudanças, e a entrada no digital.

Há um mundo de diferença entre o que era a imprensa escrita em 1990, e o que ela é hoje. No PÚBLICO há, sob as várias formas, uma consistência na qualidade – e tantas vezes, na novidade –  que me mantém o jornal, em papel e tudo, parte da minha vida quotidiana.

As notícias, essas, passaram a chegar por outras vias. E essas vias continuarão a alterar-se, exigindo cada vez menos iniciativa da nossa parte para nos atingirem.

Não sabemos como será, 17 anos mais à frente. Mas eu espero que coisas que quero saber, compreender, e utilizar, continuarão a pedir que tome eu a iniciativa de as procurar. Em papel, por favor.

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