Instituto de Engenharia de Coimbra reivindica apoios para promover a comunicação da ciência

Mais comunicação da ciência que se faz em Portugal poderá traduzir-se em mais informação científica que chega aos jornais e a outros meios de comunicação social do país.

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Mariano Gago numa iniciativa de comunicação da ciência em Agosto de 2001 Nelson Garrido

O presidente do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), Mário Velindro, defendeu esta terça-feira a existência de condições e apoios para a comunicação da ciência que se faz em Portugal.

A propósito da conferência “Comunicar Ciência”, que se realiza na quarta-feira naquela instituição, Mário Velindro recordou que o antigo ministro da Ciência, Mariano Gago, defendia a comunicação em ciência, “porque não tinha sentido fazer-se coisas muito boas e depois ninguém saber”. “Foi criado o programa Ciência Viva, mas tem-se verificado que não é suficiente para que a ciência seja comunicada de uma forma célere, mais directa e estruturada”, disse o responsável à agência Lusa, salientando que, a nível internacional, os projectos que têm um plano de comunicação “são normalmente mais cotados”.

Para Mário Velindro, a conferência “Comunicar Ciência” vai produzir um documento de trabalho para enviar ao actual ministro da Ciência, Manuel Heitor, reivindicando condições para a existência de jornalismo científico em Portugal, através da criação de gabinetes de comunicação de ciências nas escolas de todas as universidades e politécnicos do país.

“O Governo, articulado com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, tem de criar condições para que todas as escolas de ensino superior possam comunicar de uma forma estruturada a ciência que produzem: sem isso, não será possível haver em Portugal jornalismo científico nem um público alargado a quem essa informação chegue”, sublinhou.

Para dar o exemplo, o ISEC vai criar o seu próprio Gabinete de Comunicação de Ciência, com actividade regular, e reivindicar ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior uma linha de financiamento específica para que todas as instituições do ensino superior o possam fazer. “É importante a implementação de práticas de comunicação de ciência para estabelecer pontes de conhecimento entre os cientistas e engenheiros e os cidadãos, pelo que é fundamental muscular a comunicação para a ciência”, considerou Mário Velindro.

Na conferência “Comunicar Ciência” serão debatidos os aspectos identificadores da comunicação de ciência e tecnologia em Portugal, com a participação da astrobióloga Zita Martins, professora no Instituto Superior Técnico (IST) e co-directora do Programa MIT-Portugal, da professora de comunicação de ciência Joana Lobo Antunes, presidente da rede SciCom PT e actualmente directora de comunicação no IST, e do ex-jornalista de ciência António Granado, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

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