Investigação em cancro da próstata vence prémio de inovação da Liga Portuguesa contra o Cancro

O projecto vencedor quer utilizar modelos 3D para estudar a resistência a um dos fármacos mais utilizados no tratamento do cancro da próstata.

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O cancro da próstata é uma das principais causas de morte entre homens Daniel Rocha

O cancro da próstata é a segunda maior causa de morte oncológica entre homens e um dos fármacos utilizados no seu tratamento pode estar a encontrar resistência – e a não actuar. O projecto desenvolvido por Ana Luísa Teixeira, do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto), quer encontrar formas de o contrariar. Agora tem uma ajuda: ganhou o prémio Liga Inovação, no valor de 5000 euros para apoiar o desenvolvimento do projecto.

A iniciativa do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) enquadra-se no Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Oncologia, um evento que tem agora a sua quarta edição e que tem sido ponto de encontro entre investigadores na área da oncologia.

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Ana Luísa Teixeira, vencedora do prémio Liga Inovação DR

Além de juntar vários jovens cientistas neste campo da saúde, são também distinguidos os três melhores trabalhos científicos submetidos a este encontro. Ao prémio de inovação, junta-se o de melhor comunicação oral e o de melhor e-poster.

Este ano, com 120 trabalhos a concurso, os temas centraram-se nas áreas das nanopartículas, biomarcados e de culturas 3D. E é precisamente neste último que se enquadra o trabalho de Ana Luísa Teixeira. A investigadora quer identificar os mecanismos que permitem a determinados tipos de cancros da próstata resistir a fármacos com enzalutamida (com o nome comercial Xtandi) e, a partir daqui, perceber se existem sinais biológicos que possam prever esta resistência – e, assim, permitir a indicação de outro medicamento ou tratamento.

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Ana Luísa Teixeira, vencedora do Prémio Liga Inovação, com Rui Medeiros e VitorVeloso DR

Para isso vai usar precisamente modelos 3D que permitirão mimetizar o comportamento de tumores resistentes à enzalutamida – e assim criar um cenário similar ao que acontece dentro do nosso corpo.

O apoio da secção nortenha da LPCC insere-se numa política abrangente de financiamento da investigação em oncologia. De acordo com o núcleo, são atribuídos 168 mil euros por ano a bolsas de investigação científica.

O encontro de jovens investigadores, que decorreu este sábado na sede do Núcleo Regional Norte da LPCC, no Porto, fica marcado pela apresentação dos trabalhos em curso de investigadores de todo o país, além da entrega dos prémios no final deste evento.

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