Uma pequena máquina a vapor para homenagear James Watt

Um grupo de estudantes da Universidade de Glasgow, na Escócia, fez um modelo a três dimensões da máquina a vapor. É uma homenagem ao inventor James Watt que morreu há 200 anos.

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Membros da sociedade Engenharia JetX (da esquerda para a direita): Alan Hewett, Chris Triantfyllou e Hamzah Mushtaq Universidade de Glasgow

A 25 de Agosto assinalam-se os 200 anos da morte do inventor escocês James Watt, conhecido pelos seus contributos no desenvolvimento da máquina a vapor. Para o homenagear, um grupo de estudantes da Universidade de Glasgow (na Escócia) – onde James Watt estudou – construiu um modelo a três dimensões do primeiro motor a vapor prático, conhecido como a máquina a vapor de Boulton e Watt.

O bicentenário da morte de James Watt (1736-1819) foi o motor de arranque que fez com que Chris Triantafyllou e outros estudantes da sociedade Engenharia JetX – um clube de estudantes de engenharia da Universidade de Glasgow – propusessem à sua instituição construir um modelo a três dimensões de uma máquina a vapor do inventor escocês. “Achámos que era uma oportunidade muito interessante para nos envolvermos nas comemorações”, diz ao PÚBLICO Chris Triantafyllou, que liderou a construção do modelo, agora exposto na biblioteca da universidade.

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Retrato de James Watt Carl Breda

Quanto ao design do modelo escolhido, o estudante refere que foi algo fácil porque se inspiraram num projecto bem conhecido pelos engenheiros. “Publicado por Oliver Smith [que terá sido engenheiro ou criador de maquetes] no final dos anos 50 na revista Model Engineer, os desenhos retratam uma máquina a vapor com as componentes-chave do motor de Boulton e Watt”, descreve o estudante. Já a adaptação do modelo para a impressão a três dimensões foi feita a partir de desenhos do engenheiro irlandês John Fall. A partir desses contributos, os estudantes escolheram uma escala, modificaram algumas partes e imprimiram o modelo.

Com cerca de um metro de comprimento, este modelo desenvolvido em cerca de cinco meses tem mais de 800 partes. Ao longo de 845 horas, usaram-se 2,2 quilómetros de filamento de impressão e imprimiram-se as 150 partes em 3D da pequena máquina. Para mostrar o efeito do motor a vapor, os estudantes usaram uma engrenagem adicional para que a máquina se movesse por si própria.

“A máquina a vapor de Boulton e Watt foi uma peça fundamental na maquinaria para o seu tempo”, salienta Chris Triantafyllou sobre a importância deste modelo. Matthew Boulton (1728-1809) – que também dá nome à máquina – era um empresário de Birmingham que financiou este aparelho, que foi instalado pela primeira vez em 1776. 

Determinante na revolução industrial 

Ao longo deste ano, a Universidade de Glasgow tem várias actividades para assinalar o trabalho de James Watt. Já teve um simpósio dedicado ao inventor e tem até Setembro uma exposição. “James Watt não foi o primeiro a desenvolver a máquina a vapor: teve como importante fonte de inspiração a máquina atmosférica [do britânico] Thomas Newcomen [1663-1729]”, salienta Chris Triantafyllou. “Contudo, Watt foi capaz de identificar várias partes que podiam ser melhoradas e que contribuíram para aumentar a eficiência da máquina e para o seu sucesso industrial.”

O que fez realmente James Watt? Introduziu na máquina componentes como um pistão de duplo efeito, um regulador de velocidade, um condensador separado e um mecanismo paralelo. “O motor de Watt começou por ser usado para bombear água, especialmente em áreas onde o acesso era mais limitado, como nas minas. Mais tarde, esta máquina teve mais utilizações, como o processamento de grãos nos moinhos e em altos-fornos na indústria metalúrgica”, lembra o estudante, destacando que James Watt “teve um papel determinante na revolução industrial”.

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