Um americano em Marselha

Matt Damon num dos seus melhores papéis de sempre. A partir de dia 13 no NOS videoclube.

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Marselha como um espaço para gente em suspensão, eternamente à espera de qualquer coisa
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O Caso Spotlight, baseado numa investigação jornalística dos crimes de pedofilia na diocese de Boston, ganhou o Oscar de melhor filme. Meia-dúzia de anos depois, Stillwater consolida o lugar de Tom McCarthy no cinema americano contemporâneo: um artesão finíssimo, adepto de um tratamento da realidade em moldes quase jornalísticos, capaz de construir, a partir de uma narrativa, uma série de camadas de sentido que vão além da ilustração do argumento. Digamos, para simplificar, que McCarthy pode ser o Sidney Lumet para os nossos tempos. Por acaso, há uma cena em Stillwater que nos traz à memória um dos mais belos Lumets. É quando Matt Damon, um operário do Oklahoma, pouco instruído, já encontrou na cidade de Marselha a sua “família alternativa” (uma mãe solteira, Camille Cottin, e a sua filha pré-adolescente, Lilou Siauvaud) e McCarthy oferece ao trio um momento de comunhão dançante ao som de uma versão de Help Me Make It Through the Night – cena que lembra, mesmo muito, o que Lumet fazia com uma canção de James Taylor em Running on Empty, belíssimo filme também ele sobre uma família em estado de acossamento. Em Stillwater, essa cena é o ponto alto da fugaz felicidade familiar “alternativa” da personagem de Damon.

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