“Na cara das pessoas está tudo”

O fotógrafo Luís Ramos andou no meio de muitas das manifestações que marcaram os anos da troika. Em 2013, registou apenas os rostos na tentativa de dar imagem a um sentimento – o desalento. O ensaio Remember, no CCB, em Lisboa, é também uma resposta aos que tratam as pessoas como números.

Foto
Luís Ramos

Os sinais são muito ténues. E poucos também. Só quando nos aproximamos do imenso mural de mais de uma centena de retratos que se ergueu na Praça CCB, em Lisboa, é que nos apercebemos de um homem que cobre a cabeça com o jornal O Estivador, uma mulher que segura um apito nos lábios, um homem com uma bóina à Che Guevara, dois outros que parecem gritar (palavras de ordem?). Estas pessoas, e todas as outras ao seu lado, estiveram em manifestações em 2013 contra as medidas de austeridade impostas pela troika em Portugal. O fotógrafo Luís Ramos, ex-repórter do PÚBLICO, quis descontextualizá-las do ambiente geral destas acções de protesto e concentrar-se apenas no rosto de cada um, na tentativa de encontrar uma representação mais profunda do “desalento”, o sentimento que, na sua opinião, mais marcou o país nos anos em que Portugal se viu na inevitabilidade de pedir ajuda financeira externa.

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