Frank Castorf: uma máquina de caos no meio de nós

O encenador alemão que fez da Volksbühne uma poderosa experiência de refundação do teatro chega finalmente a Portugal em 2020. E traz com ele outro colosso: Jeanne Balibar.

Foto
É assim o teatro de Frank Castorf: uma máquina de criar o caos, e de impedir o espectador de se deixar embalar, ou consolar, pela ficção Maurizio Gambarini/picture alliance via Getty Images

Aos 68 anos, Frank Castorf mantém intacto o seu instinto matador. É como se continuasse a ver o mundo a partir da montra da loja de ferragens dos avós, com a sua vista privilegiada sobre a devastação da Segunda Guerra Mundial. As ruínas de Berlim-Leste foram a escola e o recreio deste encenador que esteve quase a ser ferroviário e acabou por converter-se num dos mais fascinantes agentes provocadores do teatro europeu – uma violenta educação sentimental que terá ficado lá, como trauma fundador, vacinando-o a título vitalício contra qualquer ilusão de ordem e de harmonia que pudesse alimentar.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar