Morreu James Horner, compositor de Avatar e Titanic

Músico responsável por bandas sonoras de filmes de Hollywood morre em acidente aéreo.

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Com o filme Titanic, de James Cameron, em 1997, Horner recebeu dois Óscares AFP/GABRIEL BOUYS

Morreu nesta segunda-feira o compositor James Horner (1953-2015), responsável por grandes sucessos musicais na indústria cinematográfica de Hollywood. É ele o autor de bandas sonoras de filmes como Titanic e Avatar. O músico de 61 anos morreu num acidente aéreo.

Segundo a revista Variety, o compositor morreu devido à queda do seu avião pessoal em Santa Barbara, Califórnia, EUA, que pilotava. Era o único a bordo.

Com o filme Titanic, de James Cameron, em 1997, Horner recebeu dois Óscares, um pela banda sonora e outro para melhor canção original com o tema My heart will go on, cantado por Celine Dion. Neste último, o músico dividiu o prémio com o compositor Will Jennings. Ao todo, venderam-se mais de 27 milhões de cópias em todo o mundo desta banda-sonora.

James Horner foi ainda nomeado oito vezes com a música de produções cinematográficas como Avatar (2009), Uma Mente Brilhante (2001), Apollo 13 (1995), Braveheart (1995) ou o segundo filme da saga Alien (1986).

A sua parceria com James Cameron tornou-o no compositor dos dois filmes mais lucrativos de sempre em Hollywood: Avatar fez mais de 5 mil milhões de euros em bilheteiras e Titanic somou 4,4 mil milhões de euros.

A morte do compositor foi confirmada no Facebook nesta segunda-feira pela sua assistente pessoal, Sylvia Patrycja: “Perdemos uma pessoa maravilhosa com um coração enorme, e um talento inacreditável. Morreu a fazer o que amava”.

O mundo do cinema e da televisão tem prestado, nas redes sociais, a sua homenagem ao autor. "O brilhante compositor James Horner, meu amigo e colaborador em sete filmes, morreu tragicamente num acidente de avião. O meu coração está com os seus familiares", escreveu o realizador Ron Howard no Twitter, citado pela AFP.

O actor Seth MacFarlane confessou estar "terrivelmente triste" pelo desaparecimento de Horner: "Amei sempre o seu trabalho. Ele deixa uma impressionante herança musical", escreveu também no Twitter. "Vai ficar na história", escreveu, por seu turno, o actor Rob Lowe.

Numa entrevista em 2009 ao Los Angeles Times, Horner descrevia o seu trabalho como algo essencial ao público. A música ajuda a que o público sinta o que se passa no ecrã. “O meu trabalho é certificar-me que isso acontece”, dizia então. “Quando perdemos um personagem, quando alguém ganha, quando alguém perde, quando alguém desaparece – em todas as vezes eu controlo, constantemente, o que é suposto o coração sentir.”

Horner começou a estudar música aos cinco anos quando começou a ter lições de piano. Estudou no Royal College of Music, em Londres, antes de se mudar para a Califórnia nos anos 1970. Já nos Estados Unidos, continuou os estudos na área da música, dedicando-se à composição. O seu primeiro grande trabalho como compositor aconteceu em 1982 quando compôs a banda sonora de Star Trek II: The Wrath of Khan, de Nicholas Meyer. Começava assim a sua aventura em Hollywood, onde trabalhou com nomes maiores da arte como George Lucas, Steven Spielberg ou Oliver Stone, além de James Cameron e Ron Howard. James Horner tem hoje o seu crédito em 158 composições para filmes, televisão e documentários.

“Era um dos melhores compositores de cinema da nossa geração”, reagiu Alan Menken, músico compositor de oito Óscares, cujo trabalho inclui A Pequena Sereia, A Bela e o Monstro ou Aladino. “O seu trabalho era comovente, emocionantemente poderoso e amplamente evocativo. Apesar de só nos termos encontrado em algumas ocasiões, vou sempre valorizar a sua memória e o seu maravilhoso trabalho”, acrescentou ainda.

James Cameron ainda não reagiu à morte do compositor de vários dos seus filmes mas em 2011 quando este foi homenageado no eDIT Filmmakers Festival, em Frankfurt, o realizador falou de como Horner reinventou a música romântica no filme Titanic. “Eu desafiei-te para fazeres uma banda sonora poderosa sem violinos”, contou então. “Avatar foi um desafio diferente – capturar o coração e o espírito de uma cultura alien sem alienar o público. Ao combinar a extensão de uma partitura orquestral clássica com instrumentos indígenas e vocais, criaste um som único que deu uma dimensão épica ao filme e também um sentido infantil de maravilhar e experienciar esse mundo fantástico pela primeira vez.”

Sempre ocupado e cheio de trabalho, James Horner deixa trabalho feito ainda por chegar às salas. É o compositor de três filmes ainda por estrear: Southpaw, o drama de boxe com Jake Gyllenhaal e Rachel McAdams e que chegará aos cinemas em Julho; Wolf Totem, de Jean-Jacques Annaud com estreia marcada para Setembro; e The 33, sobre o desastre dos mineiros do Chile em 2010 e que se estreia em Novembro.

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