Morreu o músico Ben E. King, autor de Stand by Me

Membro dos Drifters e também autor de Spanish Harlem, There Goes My Baby ou Save The Last Dance For Me, morreu aos 76 anos.

Foto
TIMOTHY A. CLARY/AFP

Lenda do R&B e da soul e membro dos Drifters, o cantor Ben E. King morreu quinta-feira aos 76 anos. Conhecido pelo grande público pelo êxito Stand by Me, é também autor de clássicos como Spanish Harlem, cantados por si e por músicos como Aretha Franklin, John Lennon ou os Mamas & the Papas.

O norte-americano, que segundo o seu porta-voz morreu de "causas naturais", começou a sua carreira na década de 1950 tocando com os Drifters, cujos êxitos There Goes My Baby (1959) ou Save The Last Dance For Me (1960) tinham a sua voz. Mas foi na década seguinte, mais precisamente com Stand by Me em 1961, que atingiu a fama e os topos das tabelas de vendas. A canção chegaria novamente – num total de nove entradas distintas – aos tops ao longo das décadas conforme ia sendo interpretada por outros músicos, como Lennon ou Spyder Turner. O filme de Rob Reiner com o mesmo nome e baseado numa história do escritor Stephen King devolveu-a ao sucesso de vendas na década de 1980 na sequência do sucesso da longa-metragem de 1986.

Stand by Me, cuja prevalência na cultura popular muito agradava a King - "Tenho tanto orgulho que tenha resistido à passagem do tempo”, disse numa entrevista em 2013, citada pelo diário britânico Telegraph – foi a quarta canção mais tocada do século XX na rádio e televisão norte-americana, segundo as contas da BMI, uma associação dedicada aos direitos de autor na música, citada pela BBC.

A balada foi este ano integrada no Registo Nacional de Gravações da Biblioteca do Congresso dos EUA, uma listagem que preserva registos “cultura, histórica ou esteticamente importantes e/ou informam ou reflectem a vida nos Estados Unidos”. Stand by Me, segundo aquele organismo, “era a voz incandescente de King que a tornou um clássico”. Em 1993, King cantou Stand by Me na tomada de posse do Presidente Bill Clinton e no baile que se seguiu cantou com o novo Presidente democrata ao saxofone Your Momma Don't Dance and Your Daddy Don't Rock 'n' Roll"


As reacções à sua morte começam a surgir nas redes sociais, com o músico Gary US Bonds a agradecer no Facebook “o maravilhoso legado" deixado por King.

A história de Ben E. King não se fez apenas de Stand by Me, mas também de outros êxitos como Amor, Don't Play That Song (You Lied) ou Supernatural Thing - Part I. O seu primeiro grupo foi os Five Crowns, no registo do doo-wop, que se transformariam nos Drifters com novos membros. Com a segunda encarnação dos Drifters, grupo que muitas vezes mudava de músicos nas mãos do produtor George Treadwell, chegou pela primeira vez aos tops com o single de que foi co-autor There Goes My Baby (1959). Deixando para trás a turbulência e os baixos ordenados dos Drifters (e o nome de baptismo Benjamin Earl Nelson), King lança-se a solo e escreve Spanish Harlem. No mesmo ano de 1961, lança Stand By Me. Três canções que fazem parte das 500 músicas que ajudaram a moldar o rock ‘n’ rol para o Rock and Roll Hall of Fame.  

“Nos velhos tempos, nunca sonhei que teria uma carreira tão espantosa. Sempre senti que nunca escolhi a música, ela é que me escolheu. Desde quando trabalhei no restaurante do meu pai em Nova Iorque [vivia em Harlem] até aqui foi tudo sorte. Sou tão afortunado – é o que sempre quis fazer”, disse numa entrevista em 2013 ao jornal Liverpool Echo, na sua última digressão no Reino Unido.  

Sugerir correcção
Comentar