Nuno Carinhas espalha pelo chão a memória e o tempo de Elfriede Jelinek

Na Viagem de Inverno que ocupa o Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, o encenador dirige três actrizes que dão voz a uma escrita polifónica e autobiográfica.

Fotogaleria
As actrizes Ana Cris, Flávia Gusmão e Teresa Gafeira na encenção de "Viagem de Inverno", de Jelinek, por Nuno Carinhas DR
Fotogaleria
Elfriede Jelinek, Prémio Nobel da Literatura em 2004 e popularizada pela adaptação ao cinema do seu romance "A Pianista" é uma descoberta recente de Nuno Carinhas dr
Fotogaleria
Na "Viagem de Inverno", Nuno Carinhas dirige três actrizes que dão voz a uma escrita polifónica e autobiográfica dr
Fotogaleria
dr

Vai já adiantada a imersão no débito incessante das palavras de Elfriede Jelinek quando, por cima das três actrizes (Ana Cris, Flávia Gusmão e Teresa Gafeira) que vão tomando o palco à vez, um ecrã ganha vida e é ocupado por uma boca (de Sara Carinhas). A boca desata então a rememorar a história de uma menina de dez anos desaparecida junto a uma “furgoneta branca que ninguém conhece”. Fala de um caso que abalou a Áustria a 23 de Agosto de 2006, o dia em que Natascha Kampusch reapareceu, já com 18 anos, pondo fim a um rapto (e a um cativeiro) que durara uma eternidade. “Vão desprezá-la e castigá-la por ter estado desaparecida tanto tempo, vão castigá-la com desprezo, por agora estar de novo em público, por estar ali de novo”, diz a boca.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar