Relevo cultural da obra de José Afonso em debate no Liceu Camões

Depois da petição, uma conferência: José Afonso e a sua obra: um interesse cultural revelante reúne vários investigadores esta quinta-feira em Lisboa, no Liceu Camões, ao longo do dia.

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José Afonso DR

No dia em que José Afonso faria 90 anos, 2 de Agosto de 2019, foi entregue no Ministério da Cultura uma petição para classificar a sua obra como de interesse nacional, com mais de 11.400 assinaturas. Agora, na sequência dessa iniciativa, a direcção da Associação José Afonso (AJA) organizou uma conferência no sentido de discutir publicamente a relevância da sua obra.

Sob a designação José Afonso e a sua obra: um interesse cultural revelante, a conferência vai reunir dia 7 no anfiteatro do antigo Liceu Camões (actual Escola Secundária Luís de Camões), em Lisboa, vários investigadores do INET (Instituto de Etnomusicologia) e técnicos de som.

Francisco Fanhais, presidente da direcção da AJA, falará na abertura da conferência (às 10h30), seguindo-se, da parte da manhã, três intervenções: de Rui Vieira Nery (“Do fado à canção de Coimbra”, 10h45), Dulce Simões, INET-MD (“Utopia e liberdade nas canções de José Afonso”, 11h15) e Hugo Castro, INET (“Música e política na obra de José Afonso”, 11h45).

Com meia hora reservada ao debate, a conferência será retomada às 14h30, com intervenções de António Tilly, INET (“Cantigas do Maio e as transformações na fixação do repertório de José Afonso”) e, às 15h, de António Pinheiro da Silva e José Fortes, técnicos de som e produtores de música (“Para uma reedição de qualidade da obra de José Afonso”) Após novo período reservado a debate, o encerramento da conferência está marcado para as 16h30.

A moderação dos debates estará a cargo de João Carlos Callixto (investigador musical e autor de programas radiofónicos e televisivos) e Alcides Bizarro (técnico superior da Câmara Municipal de Grândola e um dos responsáveis do Observatório da Canção de Protesto).

Concerto de homenagem a Rui Pato

Para comemorar os seus 32 anos de existência a Associação José Afonso, que se completam no dia 18 de Novembro, a AJA organizou também um Concerto-Tributo ao músico Rui Pato, primeiro grande acompanhante à viola de José Afonso e, posteriormente, de Adriano Correia de Oliveira. O concerto, que se realizará no Fórum Lisboa, no dia 16 de Novembro, às 16h, conta com a participação do próprio Rui Pato e diversos cantores e músicos, como o Grupo Raízes de Coimbra, António Ataíde, João Afonso, Rogério Pires e Francisco Fanhais.

Rui Pato, que iniciou aos 16 anos uma estreita colaboração musical com José Afonso, em 1962, acompanhou-o pela primeira vez à viola na gravação do EP Baladas de Coimbra (1962). É também a viola de Rui Pato que se ouve nos três primeiros LP do cantor: Baladas e Canções (1964), Cantares do Andarilho (1968) e Contos Velhos, Rumos Novos (1969). Só no disco seguinte, Traz Outro Amigo Também (1970), é que a sua viola foi substituída pela de Carlos Correia (Bóris), porque a PIDE impediu Rui Pato de viajar para Londres, onde o disco foi gravado, como represália pela sua participação na greve estudantil de 1969, em Coimbra.

O trabalho de Rui Pato nos discos de Adriano Correia de Oliveira foi também relevante, participando, entre outros, nos LP O Canto e as Armas (1969) e Cantaremos (1970).

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