As ruínas do sonho americano: Valeria Luiselli

“A ficção é uma maneira de chegar a uma verdade mais profunda”, diz Valeria Luiselli, mexicana radicada em Nova Iorque, numa conversa a partir de um livro, Deserto Sonoro, que a confirma como uma das grandes escritoras da actual geração.

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Leonardo Cendamo/Getty Images

O nome Valeria Luiselli tem ressonância de estrela sempre que é pronunciado nos Estados Unidos ou no México, onde nasceu em 1983. A publicação de Deserto Sonoro, o seu terceiro e mais recente romance, só veio confirmar um talento antes distinguido com alguns dos mais prestigiantes prémios e bolsas, entre elas a McArthur Fellowship e o American Book Award com o livro de não-ficção Tell Me How It Ends (1917), sobre a experiência, enquanto intérprete num tribunal de menores em Nova Iorque, com crianças que atravessavam clandestinamente a fronteira com o México. Deserto Sonoro recupera o tema e liga-o a outras crises da história dos Estados Unidos na viagem física e metafórica de uma família entre Nova Iorque e o condado de Cochise County, Arizona. É a conquista a Oeste e os ecos do genocídio de nativos americanos narrados em forma de travelogue, diário de uma viagem cheia de digressões, interiores, histórias, no grande mapa dos Estados Unidos que uma das narradoras, a mãe dessa família, está sempre a estudar desde a partida de Nova Iorque.

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