Andy Murray também brilhou no Rio de Janeiro

É o primeiro tenista de sempre a conservar a medalha de ouro.

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O ténis mais variado e a maior frescura física do escocês acabaram por impor-se a Juan Martin Del Potro Kevin Lamarque/Reuters

Quatro anos depois do triunfo em Wimbledon, Andy Murray voltou a conquistar a medalha de ouro no torneio olímpico. O ténis mais variado e a maior frescura física do escocês acabaram por impor-se a Juan Martin Del Potro que, desde a surpresa de eliminar o número um mundial na ronda inaugural do torneio, se vinha a queixar de cansaço. Mas o forte serviço, a potente direita e a enorme determinação do argentino, alimentada pelo ruidoso apoio dos compatriotas, foi adiando o que desde cedo pareceu inevitável.

Murray desperdiçou um break de vantagem no início do encontro (2-0), mas acabou por redimir-se no derradeiro jogo. Mas abriu mal a segunda partida, cedendo o break, o que permitiu a Del Potro manter-se na frente. No terceiro set, foi um break que deu a Murray o 4-2 que desequilibrou o parcial, e com três horas de jogo, temeu-se o fim da resistência do argentino. Mas os quatro breaks no início do quarto set mantiveram a incerteza. Com massagens durante as trocas de campo para evitar as cãibras, Del Potro continuou colado no marcador e aproveitou mais uma quebra de consistência do adversário para fazer o break, para 4-3. Mas foi a servir a 5-4 que Del Potro deixou escapar o encontro, após anular três break-points, mas não um quarto. Murray ainda teve de salvar dois break-points antes de passar para a frente. E ao fim de quatro horas e dois minutos, Murray concretizou o segundo match-point: 7-5, 4-6, 6-2 e 7-5 – o seu 18.º encontro vitorioso consecutivo nesta época.

Antes, no encontro de atribuição da medalha de bronze, Kei Nishikori deixou escapar uma vantagem de 6-2, 5-2, mas depois de uma demorada ida à casa de banho, reentrou determinado e não deixou fugir uma vantagem semelhante, para vencer Rafael Nadal, por 6-2. 6-7 (1/7) e 6-3.

Nadal sai do Rio de Janeiro com uma medalha de ouro, conquistada em pares masculinos, ao lado do amigo Marc Lopez, depois de vencerem, na final, os romenos Florin Mergea e Horia Tecau, por 6-2, 3-6 e 6-4. O bronze ficou para os norte-americanos Steve Johnson e Jack Sock, vencedores dos canadianos (responsáveis pela eliminação da dupla João Sousa/Gastão Elias) Daniel Nestor e Vasek Pospisil, por 6-2, 6-4.

Monica Puig, deu a primeira medalha de ouro olímpica a Porto Rico ao tornar-se na campeã inesperada de um torneio que contava com as melhores do mundo. Classificada no 34.º lugar do ranking mundial, a porto-riquenha de 22 anos só contava com uma vitória sobre adversárias do top 5 até chegar ao Rio, mas foi deixando pelo caminho, sucessivamente, a vencedora de Roland Garros, Garbiñe Muguruza (4.ª), a bicampeã de Wimbledon (2012 e 2014), Petra Kvitova (14.ª) e, na final, a detentora do título do Open da Austrália e recém finalista em Wimbledon, Angelique Kerber (2.ª), com os parciais de 6-4, 4-6 e 6-1. Kvitova fechou o pódio, ao derrotar a norte-americana Madison Keys, por 7-5, 2-6 e 6-2.

Nos pares femininos, o ouro ficou com as russas Ekaterina Makarova e Elena Vesnina, após a vitória na final, com um duplo 6-4, sobre as suíças Timea Bacsinszky e a actual número um do ranking mundial de pares (e ex-número um de singulares), Martina Hingis, que conquistou a sua primeira medalha olímpica 20 anos depois de se estrear nuns Jogos Olímpicos, em Atlanta, ainda com 15 anos. Num duelo 100% checo, Lucie Safarova e Barbora Strycova conquistaram o bronze às compatriotas Andrea Hlavackova e Lucie Hradecka: 7-5, 6-1.

Venus Williams tornou-se na segunda na história do ténis olímpico a conquistar cinco medalhas, mas não conseguiu ser a primeira a coleccionar cinco de ouro, ao perder a final de pares mistos, ao lado de Rajeev Ram, para a outra dupla dos EUA, Bethanie Mattek-Sands/Jack Sock, após liderar, por 6/3, o match tie-break (que substitui o terceiro set): 6-7 (3/7), 6-1 e 10/7. A medalha de bronze foi conquistada pelo par checo Radek Stepanek/Lucie Hradecka, que venceu, no derradeiro encontro, os indianos Rohan Bopanna/Sania Mirza, por 6-1, 7-5.

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