Tripla olímpica para Bolt também nos 200m

Jamaicano vence final olímpica do duplo hectómetro pela terceira vez consecutiva. Oitavo ouro consecutivo para o velocista jamaicano, o segundo conquistado no Rio 2016

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Depois da vitória nos 100m e nos 200m, Bolt ainda pode ganhar ouro na estafeta 4x100m REUTERS/Dylan Martinez
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Jamaicano ganhou destacado a final dos 200m REUTERS/Dylan Martinez
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O homem mais rápido do mundo venceu os 100m e 200m em três edições dos Jogos Olímpicos consecutivas AFP PHOTO / Jewel SAMAD
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Andre De Grasse (à direita) ficou em segundo lugar Reuters / David Gray
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O francês Christophe LeMaitre ficou com o bronze, ao correr em 20,12s AFP PHOTO / Juan Mabromata

Está dado mais um passo em direcção à imortalidade: Usain Bolt conquistou o segundo título nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com um triunfo pleno de autoridade, na final dos 200m. O jamaicano foi o único a correr abaixo dos 20 segundos, cortando a meta a 19,78s e arrebatando o terceiro título olímpico consecutivo no duplo hectómetro. Depois de ter ganho os 100m, Bolt mantém intactas as aspirações ao triplo-triplo, ficando a restar a final desta sexta-feira na estafeta 4x100m para repetir a receita de Pequim 2008 e Londres 2012.

“Não preciso de provar mais nada. O que mais posso fazer para mostrar ao mundo que sou o maior? Estou a tentar ficar entre os maiores de sempre, junto com [Muhammad] Ali e Pelé. Espero, depois destes Jogos Olímpicos, estar nesse grupo”, afirmou, sem falsas modéstias, após o seu oitavo ouro consecutivo, o segundo no Rio 2016.

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Bolt venceu bem destacado da concorrência, como mostra a imagem do Photo Finish da final de 200m AFP PHOTO / OMEGA

Usain Bolt completa 30 anos no domingo, dia em que chegam ao fim estes Jogos Olímpicos. Mas o tempo não passa por ele, como o velocista jamaicano faz questão de demonstrar a cada exibição de superioridade sobre os seus adversários. Nas finais como nas eliminatórias, nos 100m como nos 200m. Nesta prova, já tinha ficado na retina a forma descontraída (talvez até demasiado) como se impôs nas meias-finais: ganhou a dianteira, afrouxou a passada e quase foi alcançado pelo canadiano Andre De Grasse. Os dois trocaram sorrisos cúmplices enquanto cortavam a meta, com ínfimos 0,02s de diferença.

A confiança de nunca ter perdido uma final olímpica saiu reforçada pelo facto de alguns dos grandes rivais terem falhado a qualificação para a decisão dos 200m. O compatriota Yohan Blake, medalha de prata em Londres, fez apenas o 16.º tempo das meias-finais (20,37s) e falhou o apuramento. Também Justin Gatlin, prata nos 200m nos Mundiais de Pequim, em 2015, não marcou presença – o norte-americano fez 20,13s e foi nono, o primeiro a ficar fora da final realizada na noite desta quinta-feira no Rio de Janeiro.

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Duas horas e meia antes da final, na pista de aquecimento, Bolt caminhava com auscultadores e ia dançando, personificando a descontracção absoluta antes de um momento tão solene como uma final olímpica. A entrada do jamaicano no Estádio Olímpico foi efusivamente saudada pelas bancadas. De braço erguido e os dedos em V, Bolt saboreou a euforia dos adeptos, que o aplaudiram mesmo enquanto se demorava alguns instantes a ajustar o bloco de partida. O ensaio de partida de Bolt mereceu mais uma ovação e demorou a fazer-se silêncio até ser dado o tiro de partida para a final.

A chuva começou a cair alguns minutos antes da corrida decisiva dos 200m, mas isso não fez vacilar o jamaicano. Colocado na pista seis, Usain Bolt fez um excelente arranque e ganhou imediatamente a dianteira da corrida. E o resto é a história já tantas vezes conhecida: avançou imparável até à meta, como se o ouro lhe estivesse irresistivelmente destinado.

Apesar de alguma autocrítica (“Corri a fundo na curva. Na recta o meu corpo não respondeu. Estou a ficar velho”), Bolt foi o único a correr abaixo dos 20 segundos, fazendo exactamente a mesma marca que tinha obtido nas meias-finais: 19,78s. E, desta vez, deixou à distância os adversários. O canadiano Andre De Grasse levou para casa a medalha de prata (20,02s) e o francês Christophe Lemaitre, sexto na final dos 200m em Londres, conquistou o bronze com 20,12s – apenas três milésimos à frente do britânico Adam Gemili. Um pódio inusitadamente diversificado (há quatro anos tinha sido inteiramente jamaicano), até porque Bolt era o único atleta da Jamaica na final e também só houve um americano (LaShawn Merritt, sexto classificado) qualificado para a corrida.

Até a chuva parou para deixar Bolt dar largas aos festejos. O velocista jamaicano ajoelhou-se perante a bancada e fez uma vénia aos adeptos, que responderam cantando o seu nome em coro. Exibiu a bandeira da Jamaica, tirou fotos com compatriotas nas bancadas e fez a pose icónica, o homem-raio, o humano mais veloz do mundo. Foi só mais um argumento para quem o defende no debate que já vai ser feito na Jamaica: quem é a maior celebridade jamaicana de sempre, Usain Bolt ou Bob Marley?

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