França quer vencer o Mundial mas não para esquecer o Euro

Depois de ter sido campeão do mundo pela França, em 1998, como jogador, Deschamps procura agora fazer o mesmo como técnico.

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Deschamps pode ser campeão LUSA/GEORGI LICOVSKI

Dois anos depois da derrota na final do Europeu, frente a Portugal, Didier Deschamps e a França podem confirmar, caso vençam a Bélgica, a presença na segunda final seguida de uma competição de selecções. Mas será que a campanha que os franceses estão a fazer na Rússia é uma espécie de vingança em relação ao que se passou no Stade de France, em Saint-Denis? “Isso não existe no futebol. Cada jogo e cada competição têm um contexto e um momento. Os jogadores que disputaram o Europeu já digeriram a derrota. Agora tentaremos aproveitar as oportunidades que se apresentem e esta é uma delas”, afirmou ontem o seleccionador francês, que disse ainda que os seus jogadores “ganharam experiência, independentemente do que aconteceu".

Foi surpreendente para a maioria quando Portugal impediu que a França festejasse o título europeu em sua casa. Mesmo antes do Mundial 2018 começar, Olivier Giroud referiu que a equipa francesa, apesar de ter sido considerada uma das principais favoritas à conquista do Mundial, preferia não revelar o seu jogo quanto às expectativas na Rússia. “Depois do que aconteceu no passado, nós preferimos não falar sobre o quão longe queremos ir, apesar de a nossa equipa ser capaz de ir longe neste Campeonato do Mundo”, assegurou o ponta-de-lança.

O trajecto da França deu razão às palavras de Giroud. Depois de uma fase de grupos pouco convincente e muito abaixo das capacidades reconhecidas aos jogadores franceses, os “bleus” elevaram o seu nível de jogo. Nos “oitavos”, derrotaram a Argentina por 4-3 num jogo frenético e em que estiveram em desvantagem, e a seguir impuseram dois golos sem resposta ao Uruguai.

Em relação ao adversário das “meias”, Deschamps considerou que não está a disputar o acesso à final “por acaso” e deixou vários elogios aos “Diabos Vermelhos”. “Esta selecção sempre contou com jogadores de muito talento, que convivem numa geração, apesar do que aconteceu no Europeu diante do País de Gales [Bélgica perdeu por 3-1]. Roberto Martínez fez um grande trabalho e continua o que estava a ser feito por Marc Wilmots”, disse.

Na antevisão do embate com a Bélgica também houve tempo para futurologia, pois se levar a França à conquista do seu segundo título mundial, Deschamps entra para o lote de treinadores que foram campeões mundiais depois de o terem sido como jogadores. “De momento, apenas faço parte do grupo de eleitos que pode jogar uma meia-final. Espero essa pergunta para mais tarde. Mas não me vou queixar”, assinalou.

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