FPF defende todas as opções tomadas antes e durante o Mundial

“Não fomos competentes”, disse Fernando Gomes para explicar maus resultados desportivos.

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Fernando Gomes admitiu que a selecção não foi competente no Brasil Miguel Manso

No dia em que passaram precisamente dois meses sobre o último jogo disputado pela selecção portuguesa no Mundial 2014 (vitória por 2-1 sobre o Gana), no Brasil, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, apresentou as conclusões da avaliação feita à prestação da equipa nacional – e defendeu todas as opções tomadas pela FPF antes e durante o Campeonato do Mundo. Mas também admitiu que não foram cumpridos os objectivos mínimos exigíveis e anunciou mudanças nas estruturas técnica e médica.

“Aquilo em que a direcção da FPF e a equipa técnica nacional acreditam é que nem o estágio e os dois jogos nos EUA, nem a cidade em que nos baseámos no Brasil, determinaram o mau resultado desportivo”, vincou Fernando Gomes. Com Paulo Bento presente no auditório, o presidente da FPF frisou que a prestação portuguesa no Mundial ficou aquém do esperado: “Não fomos capazes, no Brasil, de cumprir o objectivo mínimo exigível a Portugal.”

Numa comparação com a campeã Alemanha, Fernando Gomes notou que a Mannschaft teve uma preparação “completamente diferente”, lembrando o facto de o Bayern Munique ter sido campeão muito cedo como uma vantagem para a recuperação dos jogadores alemães. Questionado sobre se o que faltou aos jogadores portugueses para terem uma melhor prestação no Brasil foi tempo, o presidente da FPF foi sucinto: “Não fomos competentes.”

Três novidades
A avaliação feita pela FPF determinou que fossem introduzidas alterações em três áreas. Uma das novidades passa pela criação do gabinete coordenador técnico nacional, que juntará os seleccionadores das equipas A, sub-21 e sub-20 – Paulo Bento, Rui Jorge e Ilídio Vale. O objectivo é ter Paulo Bento mais próximo do trabalho desenvolvido pelas selecções da formação.

Fernando Gomes anunciou também o lançamento de uma unidade de saúde e performance, que pretende seja “de referência nacional e internacional”. Para esta estrutura vão entrar três clínicos: o director será José Carlos Noronha, conceituado cirurgião ortopedista a quem têm recorrido ao longo dos anos variados atletas e que estará presente em todos os estágios e jogos da selecção A. Paulo Beckert, presidente do colégio da especialidade de medicina desportiva da Ordem dos Médicos, será o médico coordenador da nova unidade, que contará também com João Brito para a área da fisiologia.

Os médicos Henrique Jones e Nuno Campos, que integram a estrutura da FPF e estiveram com a selecção no Brasil, foram convidados a continuar a fazer parte da equipa, mas “noutras vertentes”, garantiu o vice-presidente da FPF para as selecções nacionais e alto rendimento, Humberto Coelho, acrescentando que Jones continuará a integrar o comité médico da UEFA.

Por fim, Fernando Gomes pretende introduzir novidades regulamentares que passarão pelo “aumento do número de atletas formados localmente nos clubes participantes no Campeonato Nacional de Seniores”, medida que o presidente da FPF pretende ampliar também às competições do escalão júnior.

Na mesma conferência de imprensa foi anunciado o nome do substituto de Leonel Pontes, adjunto de Paulo Bento que deixou a FPF após o Mundial 2014 para se tornar treinador do Marítimo. Sérgio Costa, que desempenhava funções de observador e responsável pelo scouting, ocupa o lugar deixado vago por Pontes. José Carneiro é o novo observador principal e responsável pela área do scouting.

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