Nelson Évora na final com o seu melhor de 2016

O atleta português qualificou-se com alguma segurança e não fez qualquer salto nulo. Já Lorene Bazolo, nos 200 metros, ficou pelo caminho.

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Nelson Évora saltou 16,99m e apurou-se directamente para a final REUTERS/Phil Noble
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Nelson Évora saltou 16,99m e apurou-se directamente para a final REUTERS/Phil Noble
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Nelson Évora saltou 16,99m e apurou-se directamente para a final REUTERS/Fabrizio Bensch

Os recordes mundiais continuaram a cair no Estádio do Engenhão, tombando desta vez o do martelo feminino na parte matinal do quarto dia de provas do atletismo olímpico, mas para Portugal as melhores notícias referiram-se a Nelson Évora. O campeão olímpico de 2008 no triplo salto apurou-se para a final desta disciplina e irá tentar a uma segunda medalha olímpica na sua carreira, a partir das 13h50 de terça-feira, hora portuguesa.

Nelson Évora tinha dito que se encontrava bem fisicamente, mesmo durante o período que sucedeu aos campeonatos de Portugal de fins de Julho e se estendeu à presença nos Europeus de Amesterdão, onde as coisas lhe correram francamente mal. Na capital holandesa, a 7 de Julho, não passou dos 16,27m na qualificação e foi eliminado de uma final do triplo na qual 16,76m chegaram para a medalha de bronze. Antes, tinha estado no meeting da Liga de Diamante de Oslo, no início de Junho, sem conseguir mais de 16,38m. Os campeonatos de Portugal, na Maia, renderam-lhe o título, mas ficou  ainda muito longe dos 17m: 16,60m.

Portanto, fisicamente bem, mas demasiado ansioso por alcançar um resultado que sabia estar a valer? Possivelmente sim. Foi o que transpareceu do concurso desta segunda-feira, no qual começou por se temer o pior, ao abrir com apenas 16,48m, mostrando-se tenso na conversa com o técnico João Ganço. É verdade que não houve muitos atletas a fazerem a marca de 16,95m pedida para passar de forma directa à final e isso dava ideia de que Évora poderia ser repescado, se fizesse um pouco melhor.

E tal aconteceu no salto número dois, com 16,72m. Embora não se soubesse na altura, tal marca chegaria para uma eventual repescagem. Não foi necessário, porém. No terceiro ensaio, Nelson atingiu 16,99m, fez o seu melhor do ano (era de 16,89m em pista coberta quando fora quarto nos Mundiais de Portland, a 19 de Março) e já não necessitou das contas da repescagem.

Terá sido o sinal de libertação? Se assim foi, Nelson Évora tem hoje possibilidade de atacar uma medalha na final. O cubano Pedro Pichardo, que o ano passado saltou 18,08m, não se apresentou a estes Jogos, como se suspeitava, e o único atleta a aparecer como totalmente inacessível é o americano Christian Taylor, líder da qualificação com 17,24m. Mesmo o outro americano, Will Claye, detentor da segunda marca do ano (17,65m), esteve discreto e só ao terceiro ensaio chegou a 17,05m.

Nelson Évora fez a quarta melhor marca no conjunto da qualificação e, para além dos americanos, apenas os chineses Dong Bin (17,10m) e Cao Shuo (16,976m) obtiveram qualificação directa. Ao invés, o alemão Max Hess, campeão europeu em Amesterdão, foi eliminado. Assim, os restantes concorrentes de Nelson Évora hoje, com as marcas da qualificação, serão: Troy Doris (Guiana- 16,81m), Karol Hoffmann (Polónia-16,79m), John Murillo (Colômbia - 16,78m), Benjamin Compaoré (França-16,72m), Alberto Alvaréz (México-16,67m), Xu Xialong (China-16,65m) e Lázaro Martínez (Cuba-16,61m).

Wlodarczyk e Jebet em alta

No lançamento do martelo feminino, a polaca Anita Wlodarczyk partia como favorita total e, no conjunto do atletismo olímpico, talvez como a favorita mais incontestada. Só que o seu domínio excedeu a capacidade de adjectivação, de tão esmagador que foi. Depois de abrir com um lançamento a 76,35m, passou os 80m — é a única no mundo acima dessa barreira — com 80,40m, e o título olímpico estava assegurado. No lançamento seguinte, plena de confiança, fez o engenho de 4kg chegar a 82,29m, e assim o máximo mundial vigente, por ela estabelecido a 1 de Agosto do ano passado, em Cetniewo, com 81,08m, era completamente arrasado. A chinesa Zhang Wenxiu assegurou a sua segunda medalha olímpica (além de ter quatro em Mundiais) com 76,75m, e a britânica Sophie Hitchon obteve um inédito bronze para o seu país, com o recorde nacional de 74,54m.

A grande favorita para os 3000m obstáculos era Ruth Jebet, queniana de nascimento a correr pelo Bahrein. Jebet confirmou esse estatuto, para fugir logo aos 1100m de prova e fazer toda a corrida sozinha na frente. Aos 2km passava em seis minutos e parecia poder chegar ao recorde do mundo (8m58,81s) e isso só não aconteceu devido a pequena quebra no final. Com 8m59,75s, reforçou-se como a segunda melhor de sempre, enquanto a campeã mundial do ano passado, a queniana Hyving Jepkemoi, conseguia relegar a americana Emma Coburn para terceira, com 9m07,12s contra 9m07,63s, recorde nacional para esta.

Nas eliminatórias de 200m femininos, a sportinguista Lorène Bazolo correu a 7.ª série e esteve em bom plano, obtendo o quarto lugar com 23,01s, recorde pessoal que não lhe permitiu a repescagem para as meias-finais.

O salto de Nelson Évora partilhado pela Federação Portuguesa de Futebol

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