O ano de “superação” da Chapecoense

A equipa brasileira de futebol conseguiu reerguer-se após a tragédia de que foi vítima, quando o avião em que seguia se despenhou, matando quase todos os passageiros.

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Adeptos da Chapecoense Reuters/RICARDO MORAES

Foi há um ano que a tragédia se abateu sobre a cidade de Chapecó, no estado de Santa Catarina. A equipa de futebol da Chapecoense preparava-se para um feito inédito: disputar a primeira mão da final da Copa Sul-americana, em Medellín, na Colômbia. Mas o avião em que seguia a comitiva brasileira despenhou-se a poucos quilómetros do aeroporto. A bordo do voo 2399, operado pela companhia aérea boliviana LaMia, estavam 77 pessoas. Apenas seis sobreviveram. Do total das vítimas, 19 eram jogadores da Chapecoense, que teve de reerguer-se.

Em conversa telefónica com o PÚBLICO, o vereador do desporto e da juventude da Perfeitura de Chapecó garante que o clube e os seus jogadores "são um exemplo de superação".

"Tivemos a oportunidade de voltar a ter bons profissionais. Um grupo fechado que correu o risco de descer à série B mas conseguiu alcançar o objectivo da manutenção do campeonato que agora termina", referiu Itamar Antonio Agnoletto.

O vereador explicou que seria "prejudicial para a recuperação do clube" deixar o principal escalão do futebol brasileiro. A uma jornada do fim do Brasileirão, a Chapecoense ocupa o 9.º lugar da tabela com 51 pontos. O clube de Santa Catarina tem praticamente garantida a presença na Copa Sul Americana do próximo ano. Na equipa constam dois dos três jogadores que sobreviveram ao desastre. Hélio Neto e Alan Ruchel estão convocados para o próximo jogo. A maior parte dos restantes chegou depois da tragédia, entre eles o antigo guarda-redes do Benfica e Sporting de Braga, Artur Moraes.

Além do clube, a tragédia afectou também duas dezenas de jornalistas e dirigentes da Chapecoense que seguiam no avião. Um ano depois as famílias ainda lutam em tribunal pelas indenizações. Em declarações, citadas pela AFP, Fabienne Belle que fundou com outras mulheres a Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo do Chapecoense, deixa críticas pela falta de apoio.

Depois do acidente, a Chapecoense recebeu uma das maiores manifestações de apoio e solidariedade de sempre no Brasil mas as famílias estão nesta altura desamparadas. O processo judicial ainda está em curso.

Nos próximos dias, o Estádio Arena Condá e as igrejas da cidade vão ser palco de várias homenagens às vítimas da desastre aéreo. O vereador revelou que durante a próxima madrugada será feita uma vigília para lembrar os jogadores, dirigentes, jornalistas e membros da tripulação que perderam a vida no acidente. Itamar Antonio Agnoletto explicou que vão estar presentes vários líderes regionais, como o Governador de São Paulo e o perfeito da cidade colombiana de Medellín.

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