Sem a vitória mas com o apuramento

Empate na Turquia foi suficiente para o Benfica afastar o Fenerbahçe e avançar em direcção ao play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões

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Empate em Istambul foi suficiente para o Benfica avançar na Liga dos Campeões LUSA/ERDEM SAHIN

O Benfica voltou a regressar de uma viagem à Turquia sem saborear uma vitória, mas ninguém na Luz se importará muito com isso: o empate (1-1) no terreno do Fenerbahçe garantiu o mais importante, que era o apuramento para o play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. O próximo adversário será o PAOK de Salónica, que afastou o Spartak Moscovo – a equipa de Rui Vitória joga a primeira partida em casa, já na próxima terça-feira.

Em vantagem graças ao triunfo caseiro na primeira mão da eliminatória, os “encarnados” conseguiram rentabilizar em Istambul o avanço obtido na Luz. O Benfica chegou a estar na frente do marcador, graças ao primeiro golo oficial pela equipa principal de Gedson Fernandes, que deixou a eliminatória praticamente decidida. Os turcos passavam a necessitar de três golos para operar a reviravolta, mas o melhor que conseguiram foi a igualdade, por Potuk, pouco antes do intervalo. Numa segunda parte em que teve de sofrer, o Benfica soube resistir e deu o desejado passo em direcção aos milhões da Champions.

O lugar dos “encarnados” na antecâmara de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões nunca chegou a estar verdadeiramente em causa, mesmo com alguns jogadores em quebra física na derradeira fase do encontro. O Fenerbahçe ainda está longe de ser o produto acabado que Phillip Cocu desejará e, apesar de ter dominado a partida em alguns momentos, foi traído pela falta de conhecimento entre os seus jogadores.

Pelo contrário, Rui Vitória apresentou uma equipa baseada no que vem do ano passado e muito próxima do que tem apresentado neste início de época. A única alteração ao “onze” utilizado nas duas partidas anteriores (triunfos pela margem mínima contra Fenerbahçe e V. Guimarães) foi a entrada de Castillo para o lugar que tinha sido do argentino Ferreyra – o chileno estreou-se a titular pelo Benfica, conferindo maior presença física ao ataque “encarnado”.

De um e do outro lado havia consciência do que estava em causa – uma despedida precoce da possibilidade de estar na fase de grupos da Liga dos Campeões seria um duro golpe – e, por isso, mesmo a fase inicial do encontro em Istambul foi marcada pelo equilíbrio e pela cautela. Ninguém queria cometer o mínimo erro, para não comprometer a continuidade na principal competição europeia de clubes.

Foi preciso aguardar para ver jogadas de perigo junto das balizas, com o Fenerbahçe a dar a primeira amostra aos oito minutos: num pontapé de canto, André Ayew desviou de cabeça, mas a bola passou alguns centímetros ao lado do poste. Os turcos voltaram a ameaçar por intermédio de Potuk, que tirou Jardel da frente e disparou, mas Vlachodimos com a mão esquerda afastou o perigo (21’). E o guarda-redes nascido na Alemanha voltou a brilhar aos 32’, com uma grande defesa a um remate de Elmas.

A equipa de Rui Vitória foi mais eficaz e, na primeira ameaça séria à baliza adversária, chegou ao golo. O lance começou no lado direito, com Salvio a fazer o passe para Castillo na área – o chileno, ao primeiro toque, colocou em Gedson e o “miúdo” não vacilou no cara a cara com Demirel. Com um toque de classe, desviou a bola do guarda-redes e adiantou o Benfica no marcador.

Problemas musculares obrigaram à substituição de Castillo pouco depois da assistência para o golo, mas Ferreyra entrou bem e esteve perto do 0-2 num lance em que contornou Demirel e tentou atirar para a baliza vazia – mas, de ângulo difícil, errou o alvo. A essa contrariedade somou-se o golo do empate do Fenerbahçe, mesmo antes do intervalo: Potuk antecipou-se a Grimaldo e correspondeu de cabeça a um cruzamento de Kaldirim a partir do lado esquerdo do ataque dos anfitriões.

Com confiança renovada, os turcos entraram na segunda parte com uma postura diferente, a pressionar e a empurrar o Benfica para a área defensiva. Mas faltava aos jogadores de Phillip Cocu maior acutilância com a bola em zonas atacantes. Com o passar do tempo, o técnico holandês foi colocando mais peças no ataque (Roberto Soldado e Alici), mas nem por isso Vlachodimos voltou a ser posto à prova, excepção feita a um remate de Alici que o guardião desviou em voo (68’).

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Em gestão mais evidente à medida que os minutos passavam, o Benfica também não voltou a ser especialmente perigoso. No lance mais ameaçador dos “encarnados” no segundo tempo, um remate de Salvio foi interceptado por um defesa e a bola sobrou para Ferreyra, que em boa posição atirou por cima.

O empate era suficiente e a margem era confortável. A pressão final do Fenerbahçe não chegou a assustar o Benfica, que subiu um degrau na escadaria que conduz à fase de grupos da Liga dos Campeões. Resta o PAOK a separar os “encarnados” do pote de ouro dos milhões de euros da Champions.

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