Sérgio Conceição assume mau momento do FC Porto, mas rejeita fragilização

Treinador revela, apesar de tudo, confiança no futuro da equipa e numa viragem de rumo já frente ao V. Setúbal.

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LUSA/FERNANDO VELUDO

O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, assumiu esta sexta-feira o “mau momento” da equipa, mas manifestou-se confiante na véspera da recepção ao V. Setúbal. Depois da derrota na primeira jornada frente ao Gil Vicente (2-1) e do afastamento da Liga dos Campeões, em casa, na terceira pré-eliminatória com os russos do Krasnodar (3-2, após vitória por 1-0 fora), o técnico dos “dragões” acredita na recuperação imediata, salientando que o grupo “não está fragilizado”.

“É um mau momento. Estou cá há dois anos e as coisas têm corrido de maneira positiva. Os momentos menos bons acontecem, em todo o lado e em todas a situações. Na vida das pessoas também acontece. Mas é importante perceber que é um momento, até porque tenho muita confiança no meu trabalho e dos meus jogadores”, afirmou.

Sobre o estado de espírito dos jogadores, Sérgio Conceição disse ter encontrado “um grupo com boa saúde mental”, jogadores com “uma saúde maravilhosa para fazer o que adoram, com uma vontade enorme de darem a volta ao momento menos positivo e prontos para o que vier” no sábado, na recepção aos sadinos, no Estádio do Dragão (21h30).

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, esteve presente no treino depois da derrota com o Krasnodar, situação que Sérgio Conceição considerou normal, aproveitando um “slogan” do departamento de marketing para resumir o momento: “Dragões juntos. Acrescento juntos como irmãos. Essa frase esteve em todos os balneários dos estádios em que jogámos e estará em todos aqueles em que vamos jogar”.

“É o líder e ficamos contentes. Só a sua presença é importante. É uma situação completamente normal. É assim que vamos sair deste momento difícil e conquistar títulos”, disse ainda.

Sérgio Conceição foi ainda questionado sobre as implicações financeiras que o afastamento da fase de grupos da Liga dos Campeões pressupõe, lembrando que “em dois anos entraram mais de cem milhões de euros no FC Porto” pela participação na prova.

“De qualquer forma, não sou director financeiro, não faço parte das finanças. O nosso grupo de trabalho tem é de ganhar títulos. Depois, obviamente, o que resulta desses títulos são situações como estar na Liga dos Campeões, que trazem retorno financeiro… e temos todo o gosto em contribuir. Mas o nosso objectivo não é olhar para as contas e sim para os resultados, títulos”, concluiu.

Sobre a postura dos adeptos, que no último jogo, frente ao Krasnodar, assobiaram o grupo, Sérgio Conceição disse que “faz parte da exigência do clube, da paixão dos adeptos”. “São eles a alma do clube. Tenho de ouvir e calar. Obviamente não sorrio quando me assobiam, mas também não fico eufórico quando ouço palmas. Ouço, vejo, estou atento, mas não interfere no meu trabalho e na vontade que tenho de vencer”, completou.

Já Sandro Mendes, treinador do V. Setúbal, rejeitou a possibilidade de o FC Porto se apresentar fragilizado pelas derrotas nos últimos dois jogos. O técnico frisou, em conferência de imprensa, a qualidade de um adversário que tudo fará para se reencontrar com os êxitos.

“Espero um FC Porto forte. Tem jogadores com muita qualidade, a maioria internacionais, um grande treinador e é uma grande instituição. Se dois resultados maus fazem do FC Porto uma equipa menos boa? Não acredito”, advertiu.

As dificuldades que espera encontrar não desviam Sandro Mendes do objectivo de tentar surpreender em casa de um adversário onde os sadinos não vencem há 30 anos (0-1 em 1988/89).

“Temos de estar preocupados connosco, com o que queremos e tentar conseguir o nosso objectivo, que é ir ao Dragão para pontuar”, referiu.
O V. Setúbal não pode contar com o médio José Semedo (castigado), ao contrário de Rodrigo Mathiola e Brian Mansilla, que estiveram ausentes da primeira jornada, por questões burocráticas, e integram agora a lista de convocados.

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