Sporting quis mais, Sp. Braga quis melhor

O Sporting foi o “dono do jogo” na primeira parte, mas a segunda teve dois golos decisivos do Sp. Braga. O FC Porto já “esfrega as mãos” com este desfecho.

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EPA/ANTONIO COTRIM

Eram já cinco jogos consecutivos com triunfo do Sporting frente ao Sp. Braga e, em jogos em Alvalade, os minhotos não venciam desde 2016. Mas os minhotos sabem, afinal, como domar o “leão”. O domínio do Sporting foi interrompido neste sábado, com a derrota (2-1) em casa, na ronda 19 da I Liga.

Com este resultado, o Sporting perde parte da vantagem que tinha para o Benfica, que já só está a três pontos dos “leões” na luta pelo segundo lugar. Mais do que o Benfica, quem mais poderá rir deste desfecho é mesmo o FC Porto, que pode, neste domingo, vencendo o Famalicão, aumentar para seis pontos a vantagem no topo da tabela. Já o Sp. Braga segue confortável no quarto lugar, mas já a nove pontos do terceiro.

Em geral, esta foi uma partida com sinal mais do Sporting, que foi quem mais fez por vencer, mas o “adormecimento” da equipa de Rúben Amorim durante largos minutos hipotecou um resultado mais feliz. Sorriu o Sp. Braga, que nem fez muito por vencer, mas acabou por ter no jovem Gorby Baptiste, de 19 anos, o herói da noite.

Para este jogo as equipas apareceram, como se esperava, com sistemas tácticos simétricos (ambas num 3x4x3 com posicionamentos semelhantes), algo que facilmente proporcionaria um encaixe sempre que as equipas defendessem com referências individuais – e isso aconteceu durante alguns períodos.

O Sporting não tinha Matheus Reis como central (jogou Feddal), mas sim como ala/lateral, algo que retirou aos “leões” alguma capacidade técnica na construção (muitas bolas longas “despejadas” por Coates).

Sem Reis na defesa, a solução encontrada para dar qualidade a essa vertente do jogo foi a “fuga” de Matheus Nunes, que, de regresso ao “onze”, foi quem mais tentou quebrar as tais referências individuais do Sp. Braga. Fugindo bastante da zona clássica do 8, pedia muita bola no corredor esquerdo, onde Matheus Reis se projectava.

A forma como os movimentos de Matheus Nunes desmontavam todo o bloco do Sp. Braga (Musrati e Castro nunca sabiam se deveriam acompanhar o adversário) deu ao jogador do Sporting uma tremenda preponderância. Foi o “dono do jogo” na primeira parte, quer na construção e transporte, quer também na definição de um par de lances, podendo quase sempre ver o jogo de frente.

Aos 24’, foi precisamente o médio “leonino” a definir tudo o que se passou. Pediu a bola ainda em zona de construção, conduziu em progressão e fez um passe longo tremendo, a solicitar Pedro Gonçalves.

Aí, imperou a classe do português, que deixou a bola “colada” na recepção, finalizando a preceito. O fora-de-jogo assinalado foi, pouco depois, desmentido pelo VAR, que indicou o 1-0 a favor do Sporting.

O jogo era todo do Sporting, que ainda teve bons lances aos 41’ – Pedro Gonçalves não finalizou a bola de Sarabia – e aos 43’ – Paulinho não finalizou um lance “inventado” por Matheus Nunes e Matheus Reis.

Apesar de ter muito menos bola e de ser praticamente inofensivo, o Sp. Braga somou 13 passes errados em zonas de risco, algo que atestava o claro desconforto minhoto em Alvalade quer em zona defensiva, quer, sobretudo, em terrenos ofensivos (nenhum remate enquadrado na primeira parte e apenas três acções na área “leonina”.

Pouco depois do intervalo, Matheus Reis derrubou Galeno na área e o VAR chamou Hugo Miguel. O árbitro assinalou pontapé de penálti e Galeno converteu-o num golo que não espelhava o que se passava em Alvalade, pela quase total falta de capacidade ofensiva dos minhotos.

Depois de um lance de golo desperdiçado por Paulinho, aos 61’, Rúben Amorim fartou-se de esperar por uma ofensiva clara dos “leões”, adormecidos numa fase mais morna da partida, até pela marcação bastante mais apertada a Matheus Nunes, que deixou de fazer o que queria, como fez na primeira parte.

Amorim lançou, então, Bruno Tabata, retirando Feddal e pondo Matheus Reis como central. Apesar de Tabata ter feito um remate perigoso pouco depois, a alteração não teve efeitos claros na equipa.

O Sporting manteve-se incapaz de jogar – parecia faltar o “abre-latas” Bragança – e optou demasiado pelos passes longos, facilitando as intervenções dos defesas minhotos. Nos últimos minutos houve um remate de Pedro Gonçalves defendido por Matheus e um disparo ao lado de Rodrigo Gomes, que avisou o que ainda viria: Gorby Baptiste, entrado entretanto na partida, rematou de fora da área para o 2-1. Uma noite a não esquecer para o jovem jogador.

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