Um FC Porto pouco energético

Os actuais líderes da Liga portuguesa não tiveram força para responder a um frenético RB Leipzig e somaram a segunda derrota no Grupo G da Liga dos Campeões.

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O desalento portista na hora da derrota Reuters/HANNIBAL HANSCHKE
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Aboubakar lamenta um lance perdido LUSA/FILIP SINGER
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O Lance do primeiro golo do RB Leipzig LUSA/FILIP SINGER
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Uma jogada na partida entre o RB Leipzig e o FC Porto LUSA/FILIP SINGER
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Corona desolado com o resultado na Alemanha Reuters/HANNIBAL HANSCHKE

Quando o árbitro apitou para o intervalo, poucos não estariam cansados. E não estamos a falar apenas dos jogadores e treinadores. Também dos adeptos. É que os primeiros 45 minutos do jogo desta terça-feira, na Red Bull Arena, casa do RB Leipzig, foram de tirar o fôlego. Cinco golos (3-2), várias ocasiões de perigo, e um ritmo alucinante que o FC Porto não foi capaz de aguentar.

Pode dizer-se que, para os adeptos portistas, as emoções da partida na Alemanha começaram ainda antes do apito inicial e quando viram o “onze” titular escolhido por Sérgio Conceição. Na baliza dos “dragões”, não estava o titularíssimo Iker Casillas, jogador com mais jogos nas pernas na Liga dos Campeões (166) e que tinha sido o escolhido em todos os jogos do FC Porto na Liga dos Campeões desde que chegou ao Dragão, em 2015. José Sá foi o eleito, por opção técnica, como o treinador “azul-e-branco” admitiu no final da partida.

Em campo, nas palavras de Sérgio Conceição, estavam, então “os 11 melhores jogadores”, mas a opção de Conceição foi rapidamente posta em xeque quando o guarda-redes português não segurou um remate de fora da área de Bruma. José Sá ainda foi capaz de responder a uma primeira recarga, mas foi impotente à segunda, de Orban.

Logo aos 8’, o FC Porto via-se em desvantagem no marcador e continuou a sofrer. Nos primeiros 15 minutos, o RB Leipzig teve 77% de posse de bola. Com uma rapidez alucinante e constantes trocas de bola, muitas delas ao primeiro toque, os alemães baralhavam o meio-campo e a defesa portistas. Mas, praticamente, do nada, o FC Porto conseguiu empatar dez minutos depois de ter sofrido o golo. Na sequência de um lançamento lateral, dois desvios de cabeça dos centrais portistas na área alemã, levaram a bola até Aboubakar que, rodopiou, e fez o empate.

Só que a igualdade nem fez o FC Porto crescer, nem diminuiu o RB Leipzig. A equipa alemã continuou a jogar a um ritmo frenético, fazendo valer aquela que é uma das suas grandes qualidades – a vertigem do seu ataque. Com Sérgio Oliveira e Herrera perdidos no meio-campo, os portistas também sofriam enorme pressão sempre que a bola lhes caía nos pés e tentavam construir lances de ataque. O resultado foram várias perdas de bola que se revelaram fatais.

Com Sabitzer, Forsberg, Bruma e Augustin a parecerem ter “asas” tal a velocidade com que trocavam a bola entre si, o RB Leipzig recolocou-se em vantagem, primeiro por intermédio do internacional sueco, depois graças ao jovem francês.

O FC Porto era uma equipa atarantada nesta fase, mas um novo lance de bola parada permitiu aos homens de Sérgio Conceição regressarem aos balneários vivos. Um canto levou a bola à cabeça de Herrera, que desviou para o interior da pequena área germânica, onde surgiu Marcano a empurrar para golo.

Esperava-se que na segunda parte houvesse mais FC Porto. Por um lado porque a “poção” do RB Leipzig não deveria durar o jogo todo – era impossível manter o ritmo dos primeiros 45 minutos – por outro porque os portistas tinham a obrigação de fazer melhor no ataque, pressionando o sector mais frágil dos alemães.

Só que a equipa de Sérgio Conceição nunca mostrou ter energia suficiente para chegar ao nível do RB Leipzig. Marega foi inexistente, Brahimi esforçado mas quase sempre inconsequente e Aboubakar nunca teve bola para incomodar Gulácsi. E nem as alterações realizadas pelo técnico “azul-e-branco” produziram efeitos. Foi sempre o vice-campeão germânico a equipa mais perigosa em campo, apesar de ter baixado um pouco o ritmo. E o jogo chegou ao fim sem que o FC Porto tivesse construído uma verdadeira ocasião de golo.

O jogo com o RB Leipzig na Alemanha, para já, custou o segundo lugar do grupo G aos portistas. Nos próximos tempos se verá também se nascei um caso no Dragão, com o inesperado estatuto de suplente de Casillas naquela que até estava a ser uma época sem “casilladas” do guarda-redes espanhol.

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