Autoeuropa avança unilateralmente com novo horário a partir de final de Janeiro

Funcionários vão receber a dobrar por cada sábado de trabalho.

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Daniel Rocha

A administração da Autoeuropa comunicou esta terça-feira aos trabalhadores a intenção de avançar unilateralmente, em Janeiro, com um novo horário de produção de 17 turnos semanais, face à rejeição de dois pré-acordos negociados previamente com a comissão de trabalhadores.

Embora se trate de um acordo imposto unilateralmente, a administração da Autoeuropa promete pagar os sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, que era umas principais reivindicações dos trabalhadores. Este pagamento dos sábados a 100% poderá ainda ser acrescido de mais 25%, caso sejam cumpridos os objectivos de produção trimestrais.

“Em finais de Janeiro vamos iniciar o modelo de trabalho de 17 turnos semanais, que cumpre com a lei e garante a produção aos sábados a dois turnos”, refere um comunicado da empresa distribuído hoje de manhã aos trabalhadores.

“Claramente que vamos reflectir no feedback que nos foi dado com o resultado do referendo. Embora tenham sido expressas muitas opiniões diferentes nas várias reuniões, entendemos que a maioria dos colaboradores está comprometida com o cumprimento do programa de produção do próximo ano”, acrescenta o comunicado.

No documento, a administração da Autoeuropa defende a necessidade de avançar com “um modelo de trabalho que seja legal” e refere que “as condições do pré-acordo rejeitado seriam possíveis apenas com uma autorização do conselho de administração da marca Volkswagen para o aumento dos custos de produção da fábrica, pelo que sem um acordo não é possível manter essas condições”.

O novo horário, que entrará em vigor em finais de Janeiro, deverá vigorar até ao mês de Agosto de 2018. A Autoeuropa promete discutir o período após Agosto com a comissão de trabalhadores.

Os novos horários de laboração contínua prevêem quatro fins-de-semana completos e mais um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses para cada trabalhador.

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