Grupo de milionários pede subida dos impostos que pagam

“Pedimos aos nossos governos que aumentem os impostos cobrados a pessoas como nós. Imediatamente. Substancialmente. Permanentemente”, escrevem 83 milionários, em carta aberta.

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Reuters/NYIMAS LAULA

Um grupo de 83 milionários, provenientes principalmente dos Estados Unidos, apelou, numa carta aberta aos governos de todo o mundo, a um aumento dos impostos que lhe são cobrados, para que deste modo possam ajudar no esforço de recuperação económica pós-covid.

O grupo, que se intitula “Milionários pela Humanidade” e que inclui nomes como a herdeira da fortuna de Walt Disney, Abigail Disney, ou um dos fundadores da marca de gelados Ben & Jerry, apelam na carta a que os governos procurem nas suas fortunas parte dos meios necessários para financiar a intervenção dos Estados na resposta à presente crise.

“À medida que o Covid-19 atinge o mundo, os milionários como nós tem um papel crítico a desempenhar para curar o mundo. Não somos nós que estamos a tratar dos doentes nas unidades de cuidados intensivos. Não somos nós que conduzimos as ambulâncias que trazem os infectados para os hospitais. Não somos nós que estamos a reabastecer as prateleiras dos supermercados ou a entregar comida às portas. Mas temos dinheiro, muito dinheiro”, dizem, recomendando às autoridades que elevem as taxas de impostos que lhes são aplicadas.

“Pedimos aos nossos governos que aumentem os impostos cobrados a pessoas como nós. Imediatamente. Substancialmente. Permanentemente”, escrevem na missiva.

A crise do coronavírus está a conduzir, perante a súbita e profunda travagem na actividade económica trazida pelas medidas de confinamento, a uma maior intervenção dos Estados nas economias, seja por via de um aumento das despesas com o sistema de saúde, seja no apoio às pessoas e às empresas afectadas por uma quebra dos rendimentos.

As dívidas públicas estão, um pouco por todo o mundo, a disparar, podendo, de acordo com as mais recentes previsões do Fundo Monetário Internacional, ultrapassar os 100% do PIB mundial durante este ano. Este aumento das necessidades de financiamento dos Estados pode vir a reforçar os apelos, já existentes antes da crise, principalmente na ala mais à esquerda do Partido Democrata nos EUA, para um agravamento das taxas de impostos aplicadas aos contribuintes com maiores rendimentos.

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