Coreia do Norte dispara mais dois mísseis, no sexto lançamento em dias

Este é o sexto lançamento de mísseis em poucos dias. “Isto não pode ser tolerado de todo”, diz o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida. Coreia do Sul acusa norte-coreanos de lançarem míssil sobre as suas águas.

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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un Reuters/KCNA

A Coreia do Norte lançou, esta quarta-feira, mais dois mísseis balísticos de curto alcance na direcção do Japão.

O primeiro míssil terá atingido uma altitude de 100 km e terá tido um alcance de 350 km, enquanto o segundo teve uma altitude estimada de 50 km e cobriu 800 km, provavelmente com uma trajectória irregular, disse o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada.

Este novo lançamento, o sexto em 12 dias e o primeiro após o do míssil que sobrevoou o Japão, na terça-feira, acontece após exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos (EUA) e do regresso de um porta-aviões norte-americano à região, devido aos lançamentos anteriores.

“Esta é a sexta vez num curto período e contando apenas desde o final de Setembro”, disse o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida. “Isto não pode ser tolerado de todo.”

Tóquio apresentou um “protesto veemente” junto da Coreia do norte através de Pequim, disse Hamada.

É a primeira vez desde 2017 que a trajectória de um míssil norte-coreano inclui parte do território japonês, facto que o Japão classificou como “uma ameaça grave e iminente” à sua segurança e como “um claro e grave desafio à comunidade internacional”.​

Na quarta-feira, depois de os EUA terem reposicionado o porta-aviões USS Ronald Reagan nas águas da península coreana, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte afirmou que a medida representava “uma séria ameaça” para a estabilidade da região.

Míssil norte-coreanos atinge águas da Coreia do Sul

A Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte de ter lançado um míssil balístico na zona ocidental do seu território marítimo, noticia a agência AP. A denúncia foi feita pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas da Coreia do Sul, que não deu detalhes sobre até onde voou o projéctil.

Já esta quarta-feira, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Rússia e a China demarcaram-se de uma condenação geral ao teste com um míssil balístico realizado pela Coreia do Norte e que sobrevoou o território do Japão.

Exceptuando a Rússia e a China, todos os membros do Conselho de Segurança criticam o lançamento do míssil norte-coreano, referindo que foram violadas várias resoluções das Nações Unidas. Parte dos países pediu ainda medidas adicionais contra o Governo de Pyonyang, que já está sujeito a fortes sanções internacionais.

Porém, a imposição de novas sanções parece impossível devido à posição da Rússia e da China que, em Maio passado, já vetaram uma resolução nesse sentido, tendo mantido a mesma linha de orientação.

Moscovo e Pequim culparam os Estados Unidos e os seus aliados pelos últimos testes de armas realizados pela Coreia do Norte, afirmando que estes foram realizados em resposta às suas manobras militares na região.

Os dois países insistiram que é Washington que deve fazer concessões para facilitar o regresso ao diálogo com Pyongyang e que não consideram apropriadas novas sanções.

A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, acusou a Rússia e a China de repetirem “o mito de que as provocações da Coreia do Norte são, de alguma forma, uma consequência das políticas e acções hostis dos Estados Unidos”.

“Não toleraremos que nenhum país culpe as nossas acções defensivas para responder às ameaças da Coreia do Norte como a causa inerente dessas ameaças”, sublinhou Thomas-Greenfiled, que lembrou que este ano Pyongyang já lançou 39 mísseis balísticos, um novo recorde.

Notícia actualizada às 07h35 do dia 6 de Outubro: foi acrescentada a informação sobre o míssil norte-coreano que atingiu as águas da Coreia do Sul

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