Mercenário capturado na Líbia que disse ser português é afinal norte-americano

Ex-militar foi libertado através de mediação saudita e deverá regressar em breve aos Estados Unidos.

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Num dos vídeos, o piloto diz chamar-se “Jimmy Reis" (ou "Reese"), ser português e ter 29 anos DR

O piloto mercenário capturado em Maio pelo Exército Nacional Líbio, e que foi agora libertado, é afinal um veterano da Força Aérea norte-americana e não um cidadão português, como o próprio tinha inicialmente afirmado.

A captura tinha acontecido após o abate do avião militar que pilotava ao serviço do governo reconhecido pelas Nações Unidas. Na altura, e numa série de vídeos difundidos pelos captores, o homem declarava chamar-se “Jimmy Reis” (ou “Rees"), ter 29 anos e ser cidadão português. E dizia ter sido contratado para “destruir estradas e pontes” por um indivíduo chamado “Al-Hadi”, cujo apelido desconhecia.

Na altura, as autoridades portuguesas não confirmaram a nacionalidade do piloto, e o Ministério da Defesa garantia que não se tratava de um militar ou de um ex-militar.

Esta terça-feira, o jornal norte-americano Washington Post noticia que o piloto chama-se Jamie Sponaugler e que é um veterano de 31 anos da Força Aérea dos Estados Unidos, que deixou em 2013 para se juntar à Guarda Nacional da Florida. Ter-se-á tornado um mercenário mais tarde.

O Washington Post diz que ainda não é claro se Sponaugle, que foi libertado através da mediação da Arábia Saudita, terá ou não violado alguma lei norte-americana ao participar a título particular na guerra líbia. Existem inúmeros elementos estrangeiros a prestar serviços de segurança naquele e noutros teatros de guerra, ao serviço de empresas privadas.

O Exército Nacional Líbio, que deteve o piloto há dois meses, é uma força rebelde sob o comando do general Khalifa Hafter, que sustenta um governo paralelo em Bengazi, no leste do país, e que lançou recentemente uma ofensiva contra Trípoli, controlando posições no sul da capital.

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