Quantos rebeldes não votarão em Trump no colégio eleitoral?

As possibilidades de Donald Trump não chegar à Casa Branca são quase nulas, mas só se conhecerá o resultado a 6 de Janeiro.

Manifestação frente ao Capitólio do Colorado, onde se reúne o colégio eleitoral Chris Schneider/REUTERS

Este é o dia em que se decidem as eleições norte-americanas: as 538 pessoas que formam o colégio eleitoral reúnem-se, normalmente no capitólio de cada estado, para determinar quem será o próximo Presidente dos Estados Unidos. Não deveria haver surpresas, e Donald Trump deveria ter votos mais do que suficientes para entrar na Casa Branca, mas teme-se o efeito dos “eleitores sem fé”.

Apesar de ter menos cerca de 2,9 milhões de votos directos do que Hillary Clinton, segundo a mais recente contagem, Trump conta com 306 votos no colégio eleitoral – bem mais do que os 270 necessários, no mínimo, para ser eleito. A divisão foi feita nas primárias, consoante os resultados que os candidatos iam obtendo nos diferentes estados.

Para que se desse a grande surpresa e Trump não fosse eleito, seria preciso que pelo menos 37 eleitores republicanos se recusassem a votar nele. E até agora, só um republicano do Texas, Christopher Suprun, anunciou que não votaria em Trump, como seria de esperar. Por esta iniciativa de independência será multado em mil dólares.

“Eu sei que não estou sozinho. Há outros eleitores republicanos que estão a pensar votar noutro candidato que não Trump, que falaram comigo sobre isso. Sinto-me muito confortável por saber que não serei o único republicano a votar de acordo com a minha consciência nesta segunda-feira”, disse ao Guardian.

Sete eleitores democratas anunciaram também que estão dispostos a não votar em Hillary Clinton, votando em vez disso num candidato republicano alternativo. Tudo para que Donald Trump não chegue à presidência.

Apesar de serem remotas as possibilidades de Trump não ganhar, parecem existir, apesar disso, algumas motivações fora da ribalta. R. J. Lyman, um advogado de Boston que liderou um grupo de apoio a um candidato libertário nas primárias, disse ao New York Times que aconselhou “uma dezena” de eleitores indecisos sobre como deveriam votar.

Larry Lessig, o professor de direito constitucional de Harvard que tentou, durante um breve período, candidatar-se nas primárias democratas, disse também – sem apresentar quaisquer provas – que cerca de 20 republicanos do colégio eleitoral estão a considerar votar contra Trump, noticiou o Politico.

Um inquérito feito pela agência Associated Press não detectou grande entusiasmo entre os republicanos do colégio eleitoral para se juntarem à rebelião. As possibilidades de Trump ter a sua vitória em perigo são “de vagas a nenhumas”, disse ao New York Times Robert Alexandre, professor de Ciência Política da Universidade do Norte do Ohio, especialista nos “eleitores sem fé” – os que decidem votar noutro candidato que não o esperado.

Só se vão conhecer os resultados da votação a 6 Janeiro. Membros do Congresso vão reunir-se na Câmara dos Representantes para contar os votos, e cabe ao vice-presidente Joe Biden, como presidente cessante do Senado, anunciar o resultado. Terá de perguntar se há objeções – e nesse momento qualquer congressista pode contestar tanto um voto em particular de um membro do colégio eleitoral, ou os resultados de um dos estados.

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