Mais de 370 feridos em colapso de cais em Vigo

Estrutura na marginal da cidade galega não aguentou o peso da multidão que assistia a concerto. Muitas pessoas acabaram por cair à água.

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O acidente aconteceu pela meia-noite LUSA/Salvador Sas
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Autoridades já abriram uma investigação às causas do acidente LUSA/Salvador Sas
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A fragilidade da estrutura já tinha sido denunciada LUSA/Sxenick
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Buscas incluíram mergulhadores e câmaras térmicas para garantir que não existiam vítimas debaixo dos escombros LUSA/Salvador Sas

Pelo menos 377 pessoas ficaram feridas, cinco delas em estado grave, por causa do colapso de um cais de madeira quando decorria um concerto integrado no festival O Marisquiño, em Vigo, na Galiza na noite de domingo.

A queda aconteceu cerca da meia-noite, quando estavam milhares de pessoas na marginal da cidade espanhola — a maioria jovens, segundo relata o jornal O Faro de Vigo. O piso de madeira cedeu durante a primeira canção do concerto de Rels B, que incitou a multidão a saltar. Muitas pessoas acabaram por cair à agua, o que gerou momentos de tensão e pânico. 

Ao jornal O Faro de Vigo, os testemunhos das vítimas relatam a confusão vivida no momento da queda. "Estávamos todos no passadiço e de repente aquilo abriu-se. Caí em cima de pessoas e caíram em cima de mim", contou uma das vítimas de 16 anos que assistia ao concerto. 

Apesar do elevado número de feridos (pelo menos cinco dos quais em estado grave), não há indicação de mortos. Há dois menores de 15 anos entre os feridos graves.

Segundo o presidente da Autoridade Portuária de Vigo, López Veiga, o acidente terá tido origem numa falha estrutural e não num problema de manutenção. "O betão parece ter-se partido", disse, citado pelo Faro de Vigo. Será no entanto feita uma peritagem para determinar os motivos do acidente.

A secção do cais que colapsou tinha cerca de 30 metros de comprimento por dez de largura e estava assente em pilares de betão. A estrutura não terá aguentado o peso da multidão. 

Dias antes do acidente já se colocava em causa o estado da estrutura. Uma das vozes críticas chegou do Partido Popular espanhol em Vigo. Na semana passada, Elena Muñoz Fonteriz, porta-voz municipal do partido, apontava os defeitos e fragilidades da estrutura, alertando para a situação de perigo com a aproximação do festival.

"Esta é a semana d' O Marisquiño mas o lugar onde se celebra [o festival] não tem condições. Madeira partida, pontas para cima...o passadiço representa uma situação perigosa. Esperemos que para o bem de todos não aconteça nada durante nem depois do evento", escreveu a porta-voz municipal do partido a 8 de Agosto.

Fonteriz comentava as declarações de Miguel Fidalgo, secretário-geral do Partido Popular em Vigo, que apelou à intervenção do governo local na segurança da estrutura. Ao jornal O Faro de Vigo, Fidalgo atribuiu ao município a responsabilidade exclusiva de manutenção do espaço, também reiterada em tribunal. 

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