Trump quis perdoar Assange se este revelasse a fonte da pirataria ao Partido Democrata

A revelação foi feita em tribunal pela advogada do fundador do Wikileaks, que tenta evitar ser extraditado para os EUA.

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Apoiantes de Assange colocam faixa contra a sua extraditação HENRY NICHOLLS/Reuters

O Presidente dos EUA, Donald Trump, propôs um perdão ao fundador do Wikileaks, Julian Assange, caso ele se dispusesse a nomear a fonte do ataque informático ao servidor do Comité Nacional Democrata, nas vésperas das eleições de 2016.

A advogada de Assange, Jennifer Robinson, disse ter participado na reunião em que o congressista republicano Dana Rohrabacher e um sócio, Charles Johnson, próximo da campanha de Trump, fizeram a proposta em 2017.

Robinson disse que Assange soube que Trump aprovara o encontro e que Rohrabacher iria reunir mais tarde com o Presidente para discutir a sua reacção ao acordo proposto.

A advogada disse que o acordo foi apresentado a Assange como uma solução “vantajosa para ambos” que iria permitir que “continuasse com a sua vida” e, em troca, beneficiaria politicamente Trump.

“A proposta apresentada pelo congressista Rohrabacher foi a de que Assange identificasse a fonte das publicações das eleições de 2016 a troco de algum tipo de perdão”, disse Robinson, num comunicado dado ao tribunal como testemunha.

Durante as eleições presidenciais de 2016, a Wikileaks publicou um conjunto de emails que prejudicaram a imagem da candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, que os serviços secretos norte-americanos acreditam terem sido pirateados pela Rússia, como parte dos seus esforços para influenciar o desfecho das eleições.

A Rússia negou qualquer interferência e Trump rejeitou ter agido em conluio com Moscovo. Uma investigação feita pelo procurador-especial Robert Mueller não conseguiu mostrar que os membros da campanha de Trump conspiraram com a Rússia durante as eleições.

Assange, de 49 anos, está a lutar para evitar ser extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de ter conspirado para piratear computadores governamentais e de ter violado a lei de espionagem quando revelou telegramas confidenciais através da Wikileaks entre 2010 e 2011.

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