Cartas ao director

Ainda o assédio....

Penso que o assédio sexual tem especial importância no contexto de relações de trabalho ou de dependência a que uma mulher está sujeita, por razões que não está em posição de dominar e que ultrapassam a sua vontade.

No entanto julgo que é um tema para tratar com o máximo de bom senso, imparcialidade e capacidade de discernimento possíveis, sob pena de na "amálgama" que se vive actualmente, sobretudo nos EUA, "deitar fora a criança, com a água do banho".

Pessoalmente gostaria de evitar um futuro (que já não será o meu) de homens "castrados" e conduzidos à situação de real incapacidade de lidar com mulheres com bom senso e sem serem obrigados a perder a espontaneidade "sense and sensibility" que tornam divertidas e apetecíveis as relações humanas.

Ana Maria Mota, Porto

 

Cai (n)o Carmo...

Esta semana, ao passar na Rua do Carmo, fui confrontado com o encerramento da Livraria Aillaud & Lellos, onde, nem a propósito, ia procurar um livro que não tinha encontrado nas ditas grandes cadeias livreiras.

Hoje, no PÚBLICO, encontrei uma oportuna, mas triste, reportagem de Cristiana Faria Moreira (CFM), sobre este facto,onde também não deixa de referir outros encerramentos de livrarias (e não só) emblemáticas na Baixa da capital. Apesar de, como também é registado no texto de CFM, a CML dizer que já nada pode fazer, tenho que irreversível só a morte, pelo que se deve continuar a procurar uma solução para esta situação.

Deste modo, a Catarina Vaz Pinto, vereadora da cultura da CML, apelo(amos) para que encete mais esta tarefa, no sentido de não se perder mais um espaço privilegiado com história já antiga e de cultura. A cultura não pode ser preterida face aos valores materiais, antes deve ser relevada, de modo a que sejamos mais cultos e mais sábios.

Na Bíblia podemos encontrar uma sentença, no livro dos Provérbios, atribuído a Salomão, onde está inscrito: "A sabedoria é mais precisa do que as jóias; nada do que possas se lhe pode comparar" (Pr 3, 15).

José P. Costa, Lisboa

 

Tudo menos castigar os culpados

O Governo que felizmente nos rege decidiu que até 31 de Março do ano corrente os proprietários florestais deveriam proceder à limpeza de matas  10m para cada estrada ou caminhos de ferro, 50m para cada lado de casas e sob linhas eléctricas. Se tal não for feito, o que acontece aos proprietários faltosos? Nada!

Serão as autarquias a fazer esse trabalho até 31 de Maio. E se as autarquias não o fizerem, o que lhes acontece? Verão diminuídas as verbas transferidas do governo central (o tal que felizmente nos rege).

È uma justiça verdadeiramente salomónica. Se quem deve limpar não quer gastar dinheiro a fazê-lo, então seremos nós os contribuintes (através das autarquias a fazê-lo).

Felizmente temos a sorte de ter este governo.

Vitor Macieira, Casal dos Bernardos

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