O lugar do padeiro é na padaria

A grande divisão da sociedade portuguesa não é entre esquerda e direita. É entre os “legítimos” e os “ilegítimos”.

Desculpem lá voltar ao tema, mas vocês já me conhecem: eu não resisto. Ao longo destes dias escutei críticas perfeitamente legítimas ao meu discurso do 10 de Junho (Rui Tavares e Daniel Oliveira, por exemplo), das quais discordo, mas que contribuem para a discussão e salubridade do espaço público português. Mas depois houve outro tipo de críticas, tão ad hominem e tão pedantes, que são importantes denunciar por aquilo que significam de sobranceria, preconceito e fobia social. Essas críticas vêm de gente que age como se fosse porteira de uma discoteca de meninos-bem, recusando entrada a quem não engraxa os sapatos no clube dos bons intelectuais portugueses. O lugar do padeiro — para citar uma inspirada frase de Inês Pedrosa — é na padaria.

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