Assunção Cristas diz que SNS se prepara para “executar a morte”

No encerramento das Jornadas Parlamentares, em Viana do Castelo, a líder do CDS não esteve com rodeios e atirou-se ao Governo.

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LUSA/ARMÉNIO BELO

A líder do CDS, Assunção Cristas, acusou nesta terça-feira a esquerda parlamentar de se preparar para aprovar na próxima semana uma lei que visa “executar morte”.

Cristas aludia aos quatro projectos de lei sobre morte medicamente assistida que vão ser debatidos no Parlamento a 29 deste mês. Em discussão vão estar os projectos do PS, Bloco de Esquerda, PAN e ainda o dos Verdes, que preferiam que o tema fosse discutido mais tarde, mas que apresentam igualmente o seu projecto.

Assunção Cristas trouxe o tema da eutanásia para a sessão de encerramento das jornadas parlamentares, que terminam esta terça-feira, afirmando que a lei em discussão “já não é para tratar a dor, já não é acompanhar, é para antecipar a morte, é para executar a morte e isso nós não aceitamos, nem admitimos”.

Perante uma plateia com jovens alunos de uma escola de Viana do Castelo, que foram convidados a assistir ao último dia dos trabalhos, a dirigente centrista foi taxativa: “A lei que permite a legalização da eutanásia é uma lei que trata, simplesmente, de criar um Serviço Nacional de Saúde onde “executar a morte é possível”.

Para a dirigente do CDS, o Governo deveria empenhar-se em “assegurar um Serviço Nacional de Saúde em condições para chegar à casas das pessoas”, assegurando “cuidados paliativos” a todos, “seja nos hospitais, nos centros de saúde ou em equipas de apoio domiciliário”. “Numa sociedade que tem tanto para trabalhar, tem tanto para acarinhar, tem tanto para acolher (...),  nós não aceitamos que o foco, de repente, do Governo se vire para outro lado e se queira também aqui em Portugal ter algo que não existe”, acrescentou.

No discurso de encerramento, a saúde foi um dos temas que Assunção Cristas quis abordar para mostrar que este Governo está a descurar aspectos neste sector como – sublinhou –  é o caso dos cuiaddos paliativos. E foi por aí que começou a sua intervenção  quando abordou o tema, afirmando que os “cuidados paliativos chegam apenas a 10% da população portuguesa”.

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