CDU e BE condenam falta de actuação de António Costa na área da reabilitação

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João Ferreira, candidato da CDU, esta terça-feira em Alfama Bruno Castanheira

O candidato da CDU à Câmara de Lisboa esteve esta terça-feira de manhã em Alfama, zona que considera ser “um dos melhores exemplos em como a reabilitação marcou passo” na cidade. João Ferreira acusa António Costa de entregar património municipal a privados “ao desbarato” e de assim “afugentar as camadas populares dos bairros históricos”.

“A reabilitação tem que incluir uma componente humana e social”, defende o candidato, sublinhando que “não é só de edificado que se faz a cidade”. O que tem acontecido nos últimos anos, diz, é que a autarquia tem alienado “a preço de saldo” habitações, que depois são colocadas no mercado “a preços que não são comportáveis para as populações residentes nos bairros”.

A solução, afirma João Ferreira, passa por a Câmara de Lisboa “conservar o valiosíssimo recurso estratégico que é o seu património” e por “mobilizar recursos” para promover a sua reabilitação. Entre esses recursos, adianta o candidato, poderão estar o reforço das dotações municipais e fundos europeus. A CDU propõe também que seja criada “uma bolsa de arrendamento a custos controlados”.

Também o Bloco de Esquerda, que ao fim da manhã promoveu uma acção de contacto com a população entre a Rua Castilho e o Largo do Rato, coloca a reabilitação urbana no topo das suas prioridades para Lisboa. Para João Semedo, candidato à presidência da autarquia, a habitação, os transportes e o apoio social foram “os principais calcanhares de Aquiles” de António Costa em seis anos de governação.

“Tem sido muita parra e pouca uva”, resume o também coordenador do BE, admitindo que há hoje na cidade “mais hotéis de luxo, mais condomínio de luxo, mais lojas de luxo, mais esplanadas e miradouros mais bonitos”. “Mas isso não mudou, não melhorou, a vida das pessoas”, alerta, referindo que tem ouvido nas ruas muitas queixas sobre “a falta de casas, a limpeza e os transportes”.

No capítulo da reabilitação, João Semedo não acredita, ao contrário do que têm dito vários candidatos autárquicos, incluindo o seu opositor João Ferreira, que seja possível mobilizar fundos comunitários. Por isso, o candidato entende que o caminho passa por criar uma taxa municipal sobre os fogos desocupados que sejam propriedade de fundos imobiliários e por promover o arrendamento.

Tal como a CDU, o BE considera que a autarquia não deve alienar o seu património disperso. “A câmara deve ser o grande senhorio. Não queremos uma cidade em que os grandes senhorios sejam fundos imobiliários”, conclui João Semedo.
 

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