Costa melhor do que o PS e à frente de Passos

O PS surge como potencial vencedor das legislativas na sondagem da Intercampus. Mas o dado mais categórico, neste estudo de opinião, é a forma como os inquiridos preferem António Costa em relação a Passos Coelho. Um resultado que põe o líder do PS a descolar do seu partido.

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Mais de dez pontos percentuais separam António Costa de Pedro Passos Coelho na resposta à pergunta sobre “quem tem melhores qualidades para ser primeiro-ministro" na sondagem em urna feita pela Intercampus para o PÚBLICO, a TVI e a TSF, cujo trabalho de campo decorreu entre 26 de Junho e 4 de Julho.

O actual primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, atinge 31,6% das preferências e fica aquém do secretário-geral do PS, António Costa, que atinge 42,3% das escolhas. Uma diferença que é claramente superior à diferença que a mesma sondagem mede entre as intenções de voto no PS e na coligação PSD-CDS.

Já na classificação dos líderes partidários a sondagem é também expressiva. António Costa recolhe o primeiro lugar com uma média de 4,7 numa escala de apreciação que vai de 0 a 10. Na mesma escala Pedro Passos Coelho obtém a média de 3,7, sendo que apenas o líder do CDS e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, tem menos, ficando-se por uma média de 3,2 na mesma escala.

Com uma média idêntica a Passos Coelho surge o líder do novo Partido Republicano e Democrático, António Marinho e Pinto, que obtém 3,7 de média de preferências. Com uma média de 4,4 ficam Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, respectivamente porta-voz do BE e secretário-geral do PCP.

Na apreciação de características de personalidade de António Costa e de Pedro Passos Coelho, que permitem aferir uma escolha de um primeiro-ministro, o líder do PS sai vencedor nesta sondagem.

Assim, se perante a característica “decidido” surge um empate técnico, ficando António Costa com 36,9% das respostas e Passos Coelho com 36,5%, as diferenças de escolha entre os dois líderes pelos inquiridos são claras. Na característica “dialogante”, António Costa atinge 38,7% e Passos Coelho obtém 30,3%.

Quanto à capacidade de liderança, António Costa chega aos 34,6% e Passos Coelho recebe 31,5% das escolhas. No critério “trabalhador”, António Costa fica de novo à frente com 30,7% e Passos Coelho consegue 26,5%. Já no que diz respeito a competência, 32,9% dos inquiridos dizem que António Costa é “competente” e apenas 27,7 % escolhem Passos Coelho. E 30,9% dizem que António Costa é “conhecedor dos problemas dos portugueses”, contra os 27,1 % que dizem o mesmo de Passos Coelho.

Por outro lado, 37,4% vêem António Costa “com sensibilidade social” e 24,5% reconhecem-na em Passos Coelho. Isto enquanto, 34,9% dos inquiridos considera António Costa “simpático” e 27,8 atribui esta característica a Passos Coelho.

Mas há características em que nem um nem outro ganham e a resposta que fica à frente é “nenhum deles”. Assim, na pergunta sobre qual dos dois é detentor de um “discurso de verdade”, António Costa tem 27,3% e Passos Coelho tem 23,9%, sendo que 37,4% dos inquiridos respondem “nenhum deles”. Quanto à “confiança”, António Costa tem 29,6% e Passos Coelho 25,4%, indo 34,8% das respostas para “nenhum deles”.

Também na característica “honesto”, António Costa tem 25,6% das preferências e Passos Coelho 23,4, optando 34,9% por “nenhum deles”. Quanto à qualidade “sério”, António Costa obtém 26,7% e 24,6% escolhem Passos Coelho, mas 33,9% respondem “nenhum deles” 33,9%.

Ao contrário de Seguro
Na comparação entre os dois líderes ressalta uma predominância das escolhas favoráveis a António Costa, que inverte o resultado em relação ao mesmo questionário feito há cerca de um ano, pela Intercampus e divulgado pela TVI em final de Maio de 2014, em que Passos Coelho era contraposto a António José Seguro.

Então, de acordo com os dados cedidos ao PÚBLICO pela Intercampus, Passos Coelho ficava claramente à frente do então secretário-geral do PS. Na característica “decidido”, Passos Coelho atingia os 54,3% e Seguro os 23%. Na “capacidade de liderança”, Passos tinha 43,3% e Seguro 25,1%. Em “trabalhador”, Passos tinha “29,5% e Seguro 20,8%. Em “competente”, Passos ficava com 30,5% e Seguro com 24,8%. Em “conhecedor dos problemas dos portugueses”, Passos tinha 28,3% e Seguro 26,1%.

Por sua vez, Seguro ficava à frente em algumas categorias tidas como mais humanas. Era mais “dialogante” pois tinha 42,9% de escolhas contra 31,5 de Passos. Na característica “afectivo/emotivo”, Seguro tinha 39,5% e Passos 24,9% das escolhas. Em “simpático”, Seguro obtinha 34,1% e Passos 25,6 %. E na pergunta sobre quem era “próximo dos portugueses”, Seguro tinha 41,1% das preferências e Passos 20,8%.

Já a resposta “nenhum deles” ganhou na característica sobre quem era “de confiança". Seguro teve 26,4%, Passos 26,1% e “nenhum deles” obteve 35,8%. Na característica “sério”, Seguro teve 24,5%, Passos 24,7% e “nenhum deles” 29,1%. Quanto a ser “honesto”, Seguro ficou com 24,1, Passos com 21 e “nenhum deles” obteve 32,4%.

Veja aqui todos os dados da sondagem, incluindo a ficha técnica

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