PS promete campanha light, sem rota da carne assada e amiga do ambiente

Partido reduziu a sua actividade na campanha eleitoral a duas iniciativas por dia. Arranque será em Lisboa e encerramento no Porto. Também o CDS vai ter uma campanha mais leve.

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O PS promete uma campanha diferente LUSA/PAULO NOVAIS

Os socialistas dizem que vão cortar em tudo nesta campanha eleitoral: no número de iniciativas, nos almoços e jantares-comício, nos gastos e na pegada ecológica. Para as eleições legislativas deste ano, têm orçamentados 2,4 milhões de euros, um valor semelhante ao de 2015, mas prometem gastar “menos 33%” do que efectivamente gastaram há quatro anos (3,22 milhões de euros).

O PS vai andar na estrada numa campanha “leve”, disse aos jornalistas a directora de campanha Ana Catarina Mendes. E o que significa isto? “António Costa é primeiro-ministro e fará sobretudo campanha à tarde”. Tendo em conta as dificuldades de agenda “porque o Governo está em funções”, os socialistas decidiram mudar a estrutura de campanha eleitoral, acabando com os famosos almoços e jantares-comício (haverá apenas um almoço no distrito do Porto ainda sem local definido) e com grandes deslocações. Costa fará um distrito por dia passará sobretudo pelas capitais, participando numa acção de campanha (arruadas, debates ou outros) e num comício à noite.

As novidades desta rota socialista rumo às eleições de Outubro passam ainda pela promessa de uma campanha “mais barata do que há quatro anos, com uma redução de 33%”. No orçamento entregue junto da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos o PS prevê gastar 2,4 milhões de euros (menos 200 mil do que o orçamentado em 2015). Contudo, em 2015, os gastos reais foram de 3,2 milhões de euros, ultrapassando o que estava estipulado. Se desta vez o partido ficar pelo que orçamentou, a redução será de 23%.

Numa altura em que os vários partidos se desdobram em compromissos com o ambiente, o PS promete uma campanha “ambientalmente sustentável”, disse Ana Catarina Mendes. Trocou as canetas por lápis e os panfletos, alguns, são de “papel reciclável com certificação”. Além disso, os carros que irão na caravana serão “híbridos”. E para reparar os danos da pegada ecológica deixada pelos quilómetros feitos, “a seguir à campanha, tendo em conta os consumos de dióxido de carbono, o PS fará duas campanhas para plantação de árvores”.

A campanha oficial começa no domingo, 22, e logo na segunda-feira, dia em que haverá dois debates com todos os cabeças de lista, o PS não tem nenhuma iniciativa de campanha marcada. Para terça-feira (24), o PS agendou um comício em Lisboa, a seguir ao qual percorrerá depois dez distritos do país, os do litoral, indo apenas a Viseu nos 15 dias oficiais. O último dia de campanha incluirá o tradicional almoço da Trindade, a descida do Chiado e um comício no Porto.

CDS com campanha mais calma

O CDS também já apresentou, no final da semana passada, uma primeira versão da volta a Portugal durante a campanha. Assunção Cristas e outros dirigentes centristas já andam na estrada diariamente quase há duas semanas, mas mesmo assim arrancam em força dois dias antes do início oficial da campanha. A caravana centrista irá de Bragança a Faro, mais a maior aposta vai para o centro e norte do país, mas o Alentejo é deixado de fora.

João Gonçalves Pereira, director da campanha nacional promete, em relação às Europeias de Maio, uma volta mais leve, em termos de quilómetros a percorrer e de iniciativas que serão apenas “duas ou três por dia”.

Nem todos os dias serão realizados jantares-comícios, mas, nesta matéria, a lista ainda não está fechada. Certo é que o comício de encerramento terá lugar no Porto, no dia 3 de Março, ficando o último da campanha reservado para a descida do Chiado, em Lisboa, ao final da tarde. com Luciano Alvarez

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