Críticas à maioria e PS e caso Machete marcaram campanha do BE

Resumo da campanha eleitoral do Bloco de Esquerda

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Tanto Catarina Martins como João Semedo receberam a ajuda do ex-líder do BE, Francisco Louçã, em algumas acções de campanha. Nuno Ferreira Santos

Críticas ao Governo, às posições “diferentes” de Passos Coelho e Paulo Portas e aos “consensos" do PS com a direita e a troika, para além do caso envolvendo Rui Machete, marcaram a campanha do Bloco de Esquerda (BE) para as autárquicas.

Pela primeira vez em campanha com dois coordenadores, Catarina Martins e João Semedo, este último também candidato à Câmara de Lisboa, o BE passou parte da campanha eleitoral a atacar a troika, presente no país para novas avaliações ao programa de ajustamento, e a “confusão” gerada no eleitorado pelos partidos da maioria (PSD e CDS-PP).
João Semedo, por exemplo, referiu esta semana diferenças nos discursos do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, com o primeiro a “ameaçar” o país com um segundo resgate e o segundo a frisar os bons sinais da economia de Portugal. “Como é possível o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro dizerem coisas tão diferentes uma da outra?”, interrogou o bloquista.

Ainda no que ao Governo diz respeito, Catarina Martins pediu mesmo durante a campanha a Pedro Passos Coelho para que não se fizesse “de sonso”, depois de este ter dito que uma campanha não pode ser “um exercício de eleitoralismo”.

Também António José Seguro e o PS estiveram presentes nas críticas do partido, reclamando o BE políticas de esquerda com consensos à esquerda “e não com consensos à António José Seguro”.

“Um governo de esquerda é um governo com políticas de esquerda, com consensos de esquerda, contra a austeridade, e não com consensos à António José Seguro, com a direita e a troika”, apontou o coordenador bloquista em Cascais ainda durante a primeira semana de campanha.

Mais recentemente, o coordenador bloquista pediu os votos dos socialistas “que querem uma mudança para a esquerda” e não um PS “sentado à mesa do Governo”. “Pensem bem no que António José Seguro vai fazer com os votos que recolher no dia 29. Se se vai entender com a esquerda ou se vai mais uma vez preferir as conversas, os acordos, os consensos à direita, com o Governo, em torno da política da troika”, reclamou.

O BE trouxe também para a campanha na última semana a polémica que envolve as acções da SLN do ministro dos Negócios Estrangeiros, cuja demissão é pedida pelo partido, alegando que Rui Machete “mentiu ao Parlamento”.

Reabilitação social, ensino, promoção do emprego e crescimento económico foram propostas e temas também constantes na agenda do partido nesta campanha.

O BE termina a campanha para as autárquicas de domingo com um jantar-comício na sexta-feira na Cantina Universitária de Lisboa.

O partido, que detém a presidência de uma Câmara Municipal, Salvaterra de Magos, ambiciona no sufrágio “dar um salto” e eleger mais representantes nas autarquias locais.

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