O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, considerou nesta terça-feira que o antigo chefe de Estado e fundador do PS, Mário Soares, mudou a vida colectiva dos portugueses, e defendeu que esteve sempre do lado certo.

Ferro Rodrigues falava na Biblioteca Passos Manuel, na Assembleia da República, na apresentação do livro Mário Soares o la lucha pela democracia - uma tradução para castelhano da autoria de Martha Esperanza Ramos de Echandia a partir da autobiografia Um político assume-se.

Na primeira fila estavam os ministros Graça Fonseca (Cultura), Francisca Van Dunem (Justiça), Maria do Céu Albuquerque (Agricultura) e Ricardo Serrão Santos (Mar), numa sessão que contou com a presença de dezenas de deputados socialistas, entre os quais Edite Estrela, Sérgio Sousa Pinto, Marcos Perestrelo, Porfírio Silva ou Jorge Lacão.

“Hoje, três anos volvidos sobre o seu desaparecimento, é com o mesmo sentimento de saudade que recordamos Mário Soares, e a sua vida de militância desinteressada pela democracia, por Portugal e pelos portugueses, orientada por valores humanistas e princípios éticos e políticos que nunca abandonou, até ao último dos seus dias”, começou por assinalar o presidente da Assembleia da República.

Ferro Rodrigues referiu-se depois ao facto de Martha Esperanza lhe ter dito “há uns anos” que a autobiografia de Mário Soares, intitulada Um político assume-se, podia dar “um grande filme”.

“O filme de uma vida de que Mário Soares foi autor e protagonista. Uma vida que mudou a nossa vida colectiva - o que só está ao alcance de poucos, dos grandes, como grande era Mário Soares. Mário Soares foi um desses raros homens capazes de mudar as nossas vidas”, declarou o presidente da Assembleia da República.

Na sua breve intervenção, Ferro Rodrigues, antigo líder do PS entre 2002 e 2004, sustentou que o Portugal de hoje “é o país com que Mário Soares sonhou: um Portugal democrático, europeu e aberto ao mundo”.

A seguir, já numa nota de improviso, Ferro Rodrigues fez questão de insistir na ideia de que o fundador do PS e antigo “excepcional Presidente da República de todos os portugueses”, faz falta a Portugal.

“Mário Soares esteve sempre do lado certo. Aquilo que muitas vezes achámos que eram oscilações tácticas, era afinal a coerência de uma vida”, acrescentou.