Guimarães é o modelo para a relação com a universidade proposta pelos independentes de Braga

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Inês Barbosa diz ter encontrado “vários pontos de consenso” com o reitor da Universidade do Minho Hugo Delgado Wapa/nFactos

“Em Guimarães isto já é feito”, repete, mais do que uma vez, a cabeça-de-lista da Cidadania em Movimento, Inês Barbosa. A conversa é sobre o papel da Universidade do Minho (UM) no futuro da cidade e a candidata independente à Câmara de Braga defende que este deve ser mais activo. E o exemplo que propõe seguir é o do concelho vizinho. Na manhã desta segunda-feira, reuniu com o reitor daquela instituição de ensino superior e encontraram “vários pontos de consenso”.

A Cidadania em Movimento propõe uma “colaboração mais intensa” da UM “em todos os grandes projectos do município”. “Devíamos contar com os especialistas da universidade fosse nos programas ambientais ou educativos”, exemplifica Inês Barbosa, lembrando que isso tem sido feito na outra cidade em que aquela instituição de ensino superior está sediada, Guimarães, dando o exemplo recente da Capital Europeia da Cultura.

Para a candidatura independente, as duas cidades minhotas podem também “colaborar mais”, usando a universidade como plataforma para ultrapassar a “rivalidade histórica sem sentido” que ainda se manifesta. Guimarães e Braga devem, sobretudo, trabalhar em conjunto para melhorar a mobilidade entre os dois polos da UM, defende.

Os candidatos da Cidadania em Movimento foram recebidos pelo reitor da UM, António Cunha, com quem encontraram “vários pontos de consenso”, afirma Inês Barbosa. Na lista independente de Braga há vários professores e investigadores daquela instituição, ainda que a primeira candidata à câmara não dê especial destaque a esse facto.

Mas no programa eleitoral da candidatura independente à Câmara de Braga há várias propostas relacionadas com a UM, como a criação de uma ligação pedonal e ciclável que relacione o centro da cidade e o campus universitário, bem como a criação de uma nova residência universitária na zona histórica. A Cidadania em Movimento defende também a requalificação das vias rápidas, transformando-as em avenidas e boulevards. “Será a forma de acabarmos com a barreira formal entre a zona da universidade e a cidade, na rua Nova de Santa Cruz”, explica Inês Barbosa. O objectivo é mesmo “aproximar a UM de Braga”, sublinha.

O programa eleitoral da Cidadania em Movimento foi o primeiro a ser apresentado, quase dois meses antes da data das eleições autárquicas. O documento dá grande destaque a uma proposta de um novo “modelo de governança para a cidade e o município” assente numa maior participação dos cidadãos. Os independentes prometem criar a figura do Provedor do Munícipe e utilizar o mecanismo do referendo local sempre que estejam em causa decisões que impliquem “mudanças consideráveis” para a vida colectiva. Outra das propostas é a criação do Conselho Municipal das Crianças, tendo em vista a adopção do título de “Cidade Amiga das Crianças”.

Os eleitores podem não estar sensibilizados para este tipo de preocupação, admite Inês Barbosa. “Mas será por desconhecimento”, reforça. O que não demove a Cidadania em Movimento de fazer destas propostas uma bandeira do seu programa. “Queremos uma cultura de participação nos bracarenses: pessoas mais críticas, mais atentas e mais participativas. Não podemos limitar-nos a votar de quatro em quatro anos”.

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