Secretário de Estado Manuel Delgado sai do Governo

Consultor da Raríssimas entre 2013 e 2014, o actual secretário de Estado da Saúde recebeu um total de 63 mil euros pela colaboração junto da associação.

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Manuel Delgado, 65 anos, integrou o Governo em 2015 Daniel Rocha

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, está de saída do Governo, soube o PÚBLICO. O governante já formalizou o pedido de demissão.

Manuel Delgado deixa o executivo na sequência das denúncias sobre a gestão da associação Raríssimas, da qual foi consultor, tendo por essa colaboração recebido um total de 63 mil euros, entre 2013 e 2014.

Licenciado em Economia e pós-graduado em Administração Hospitalar, Manuel Delgado foi presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares entre 1992 e 2008. Nascido em Luanda em 1952, é professor auxiliar da Escola Nacional de Saúde Pública  (Universidade Nova de Lisboa), onde continua, e foi administrador de vários hospitais públicos, como o Curry Cabral e o Pulido Valente, em Lisboa.

Deixou o Serviço Nacional de Saúde em 2010 para dirigir a delegação portuguesa de umaa consultora de origem espanhola, a IASIST, que faz rankings de hospitais públicos, entre outras coisas.  Foi ainda sócio fundador e presidente da mesa da assembleia geral da Sociedade Portuguesa para a Qualidade em Saúde e fez parte de vários grupos criados para avaliação da reforma hospitalar.

Sobre a sua passagem pela Raríssimas, disse que aceitou o convite para fazer parte do conselho consultivo da associação “face à seriedade e robustez do projecto e aos membros que então o integraram”,  segundo explicou num esclarecimento enviado à comunicação social no fim-de-semana.

Em Abril de 2013, a presidente da associação Paula Brito e Costa pediu a sua colaboração técnica “na área de organização e serviços de saúde” para ajudar a preparar a abertura da Casa dos Marcos. Foi por este trabalho, frisou, que passou a ser remunerado, “atendendo à complexidade do projecto e às componentes técnicas à qual se pretendia dar um carácter eminentemente profissional”.

Manuel Delgado destacou, porém, que “em nenhuma circunstância” a sua colaboração com a Raríssimas “envolveu o conhecimento ou participação na análise ou nas decisões referentes ao financiamento e à gestão correntes da Instituição”. E sublinhou que encarou esta colaboração como uma actividade ao “serviço de uma entidade reconhecida, cuja visão e missão apresentava uma robustez e seriedade de propósitos meritórios para toda a sociedade portuguesa”.

A saída de Manuel Delgado do Governo acontece numa altura em que o primeiro-ministro, António Costa, está fora do país, na cimeira One Planet, em Paris.

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