Mensagem do embaixador de Portugal nos EUA sobre o PGlobal bilingue

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O embaixador de Portugal nos EUA, Domingos Fezas Vital, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa Rui Gaudencio

Portugal foi o terceiro país a reconhecer a independência dos Estados Unidos – um momento histórico celebrado pelos Pais Fundadores num brinde com vinho da Madeira. Durante a Guerra da independência, George Washington tinha a seu lado Peter Francisco, um português dos Açores, a quem apelidava frequentemente de “um homem que valia por um exército”. Na sua propriedade privada em Monticello, Jefferson tinha um quarto individual, fora do seu círculo familiar – Abbot Correia da Serra, era descrito pelo Presidente Americano como “o homem mais extraordinário que existe ou que, talvez, já tenha existido”. O Consulado dos E.U. na Madeira foi o segundo a ser criado pelo novo país do mundo (1790); e atualmente o Consulado Americano na Ponta Delgada é o posto consular americano ativo mais antigo.

Todos estes factos e episódios históricos são apenas algumas das muitas provas que confirmam a antiguidade e a proximidade duma relação que foi sempre uma pedra basilar na política externa portuguesa, independentemente do Governo em funções, quer em Lisboa, quer em Washington. Um laço que devemos à geografia – “somos vizinhos do outro lado do oceano”; à importância global da política dos dois países ao longo da História; à partilha de valores e princípios que nos olham como aliados na OTAN; e por último, embora não menos importante, à notável comunidade Portuguesa e Luso-Americana nos E.U., cada vez mais bem organizada e mais influente, a nossa maior diáspora pelo mundo.

Atualmente, a relação entre os nossos dois países tem-se tornado cada vez mais vibrante e diversificada. Ela é transversal a todos os domínios possíveis. Os números, anteriores ao pico da atual crise do COVID, falam por si: as relações económicas com os E.U. nunca foram tão intensas, com os E.U. a tornarem-se o nosso maior parceiro comercial fora da U.E.; as ligações entre as nossas instituições e a sociedade civil nunca estiveram tão próximas; nunca tantos americanos a visitaram Portugal, em tão larga escala (mais de 1 milhão em 2019, um aumento de 270%, em menos de cinco anos).

São motivos mais do que suficientes para justificarem a versão bilingue da PGlobal. No entanto, atrevo-me a dizer que os desafios, que presentemente enfrentamos e que continuaremos a enfrentar no futuro, tornam esta iniciativa ainda mais oportuna e relevante. Temos de garantir que não perdemos o momentum existente à data, antes do confinamento. Para esse efeito, a informação é crucial, uma vez que dispor de informação fiável significa estar mais bem equipado para identificar e dimensionar as oportunidades. Informação essa, com a qual a nossa comunidade, na sua dimensão portuguesa e também americana, se possa identificar plenamente, que os nossos amigos e também todos os interessados no nosso país possam utilizar como ferramenta para saberem mais acerca de nós e daquilo que temos para oferecer.

Deste modo, as minhas sinceras felicitações ao PÚBLICO e à Fundação Luso-Americana para o DesenvolvimentoFLAD pelo seu exemplo de cooperação e empenho no progresso das atuais relações entre Portugal e os E.U.. Ao PGlobal e a todos aqueles que irão contribuir para o seu sucesso, os meus mais afetuosos votos e a minha convicção de que o lançamento deste projeto é apenas uma das muitas realizações que celebraremos no futuro.

  

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