Moção do CDS “dá voz à indignação de muitos portugueses”

Texto já deu entrada na Assembleia da República.

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Iniciativa parlamentar do CDS contra o executivo de Costa é apreciada na terça-feira LUSA/TIAGO PETINGA

A moção de censura do CDS baseia-se nas falhas do Governo e na falta de assunção de responsabilidades políticas por parte do primeiro-ministro face aos incêndios de Pedrógão Grande e do passado fim-de-semana. O texto da iniciativa já foi entregue na mesa da Assembleia da República e o debate será feito na terça-feira.

Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS, em declarações aos jornalistas no Parlamento, justificou a iniciativa com a “falha do Estado” e a “voz e a indignação de milhares de portugueses perante o desnorte, a capacidade, a incompetência do Governo neste verão” ao mesmo tempo que “clarifica” a posição de BE, PCP e PEV.

Questionado sobre se a rejeição da moção de censura reforça a legitimidade do Governo, o líder da bancada centrista remeteu para a esquerda parlamentar que apoia o executivo.

“Cabe ao PCP, PS e BE avaliarem se houve ou não falhas e se a morte de 100 pessoas é grave”, respondeu. À crítica da esquerda de que esta moção de censura, se fosse aprovada, criaria uma crise política, Nuno Magalhães considerou que a ala que apoia o Governo pode ser “o mais imaginativa possível para o indesculpável” que foi a “falência total do Estado” neste Verão.

O líder da bancada centrista foi ainda confrontado com as declarações desta manhã de Carlos César, presidente do grupo parlamentar do PS, que se mostrou satisfeito por Marcelo Rebelo de Sousa ter marcado a posse do novo ministro da Administração Interna para sábado antes da discussão da moção de censura.

“Esta moção não tem nenhum cálculo político, visa apenas expressar a indignação dos portugueses”, respondeu Nuno Magalhães, escusando-se a comentar o discurso do Presidente da República.

No texto da iniciativa, o CDS sublinha que o “Governo falhou” não só na prevenção dos incêndios do passado fim-de-semana e que “falhou de novo ao não reconhecer o seu erro e, com prontidão, tomar a dianteira no pedido de desculpas aos portugueses e na iniciativa para garantir uma rápida e justa indemnização aos familiares das vítimas”. É também referido que “verificada a repetição da tragédia” de Pedrógão Grande, houve declarações “insensíveis e desajustadas dos membros do Governo, remetendo os portugueses à sua sorte, demonstraram o desnorte e a incapacidade deste Governo para enfrentar situações de crise”.

No remate do texto, o CDS argumenta que “esta censura dá voz à indignação de muitos portugueses que se sentem abandonados e perderam a confiança no Governo, o primeiro responsável pela condução do Estado”.

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