Comunicado do PCP sobre João Semedo indigna amigos

Palavras de deputado António Filipe foram mais calorosas que a fria redacção do comunicado do PCP. Domingos Lopes diz que foi "triste"

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João Semedo morreu nesta terça-feira aos 67 anos Daniel Rocha

Através de uma nota do gabinete de imprensa do PCP, partido onde João Semedo iniciou a sua militância política e cívica ainda antes do 25 de Abril de 1974, os comunistas endereçaram "à família e à direcção do Bloco de Esquerda as suas condolências.” A frieza desta reacção, numa redacção quase protocolar, surpreendeu e desagradou a amigos e companheiros políticos do antigo deputado.

“Não posso deixar de lamentar que um homem que tanto deu à UEC [União dos Estudantes Comunistas] e ao PCP seja, nesta hora da morte, lembrado desta maneira”, disse Domingos Lopes, antigo militante comunista e companheiro de Semedo. “É decepcionante e triste que alguém como o João Semedo, que deu generosamente o melhor da sua vida ao PCP, seja na hora da morte tratado burocrática e laconicamente”, criticou.

Já depois da emissão da nota, o deputado comunista António Filipe fez na Assembleia da República uma declaração mais calorosa. "Foi uma personalidade muito marcante na vida política nacional. Desenvolveu uma actividade muito relevante, designadamente no plano parlamentar e particularmente na área a que se dedicava muito, que era a das políticas de saúde. Tivemos com ele, naturalmente, divergências e convergências, mas sempre uma excelente relação", destacou o deputado comunista.

“João Semedo foi dirigente associativo nos anos 70 [do século passado], foi militante do PCP, membro do comité central, e não criou animosidade em relação ao Partido Comunista Português.” Foi desta forma que Francisco Louçã comentou a nota de pesar dos comunistas.

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