Parlamento Europeu vai ter uma sala com o nome de Mário Soares

Histórico socialista, que morreu em Janeiro aos 92 anos, foi eurodeputado entre 1999 e 2004.

Foto
DR

O Parlamento Europeu vai ter uma sala de reuniões em Bruxelas com o nome do antigo Presidente da República Mário Soares, que foi deputado europeu de 1999 a 2004.

A atribuição foi proposta pela delegação portuguesa dos deputados socialistas no Parlamento Europeu e recebeu o apoio do presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani.

A proposta foi subscrita pelo Presidente do Grupo dos Socialistas e Democratas, que confirma em comunicado que a atribuição foi deliberada nesta quarta-feira no Parlamento – uma atribuição pelo percurso de Soares “enquanto protagonista de grande relevância na construção do projecto europeu”.

O acto público de designação do nome deverá acontecer no início de 2018, ainda sem um dia marcado. O co-fundador do PS terá o seu nome na sala ASP – 3G3. A iniciativa foi proposta pelos socialistas para assinalar um ano da morte de Soares, no próximo dia 7 de Janeiro.

Soares encabeçou a candidatura europeia do PS em 1999, com António José Seguro em segundo na lista, e tentou a eleição para presidente do Parlamento, mas acabou por falhar, perdendo para Nicole Fontaine.

Como primeiro-ministro Mário Soares liderou a comitiva que formalizou, no Mosteiro dos Jerónimos, a entrada do país no projecto europeu. Foi aí, a 12 de Junho de 1985 , que foi assinado o Tratado de Adesão à então CEE (Comunidade Económica Europeia), o embrião da União Europeia. Vinte anos depois, no momento de assinalar esse acto, Mário Soares voltou a explicar os motivos que o levaram a pedir a entrada no projecto europeu e rejeitou que tivessem sido razões económicas. "Foram políticos e tiveram a ver com um grande desígnio para Portugal: a consolidação da democracia pluralista e civil, liberta há pouco tempo da tutela militar; e também o reconhecimento de que o ciclo imperial tinha terminado com a descolonização", afirmou na cerimónia de comemoração dos 20 anos de adesão à CEE, em Lisboa. 

Europeísta convicto, o antigo primeiro-ministro assumia acreditar no projecto europeu. Mas também não deixou de ser um crítico. Nos 30 anos de comemoração da assinatura do Tratado de Adesão, em Junho de 2015, Mário Soares assinalou que a União Europeia estava a viver "uma crise brutal" ao ferir "a dignidade das pessoas e de Nações, submetendo-as a um regime de austeridade que tem demonstrado ser um crime humanitário".  

 

O PÚBLICO viajou a convite do Parlamento Europeu

Sugerir correcção
Ler 5 comentários