Paulo Freitas do Amaral quer recuperar “papel predominante” do CDS em Oeiras

O candidato independente do CDS elege o turismo, a acção social, os transportes e a educação como bandeiras e opta por campanha “modesta e humilde”.

O candidato independente do CDS à Câmara Municipal de Oeiras, Paulo Freitas do Amaral, desfilou esta quarta-feira pelas ruas de Algés ao lado do secretário de estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, numa arruada sem grande aparato, nem ruído.

A poucos dias das eleições, Paulo Freitas do Amaral mostra-se confiante e diz querer “recuperar o papel predominante” que o CDS já teve em Oeiras.

“Espero que o CDS volte a ter uma palavra na governação autárquica que teve também no período antes do dr. Isaltino Morais”, afirmou Paulo Freitas do Amaral, também presidente da junta de Cruz Quebrada-Dafundo.

“O CDS preparou muito bem o terreno para o Dr. Isaltino Morais fazer um excelente trabalho na primeira década em que foi presidente e, portanto, nós estamos prontos para assumir novamente essa responsabilidade, para que o CDS possa ter aqui novamente o papel predominante que deixou de ter há 30 anos”, disse, recordando que, nessa altura, o concelho foi governado por uma coligação CDS-PSD, em que o CDS liderava. E salientou que espera eleger mais do que um vereador ou até mesmo ganhar. “O CDS teve aqui nas últimas legislativas 16%, cerca de 17 mil votos”, nota, frisando que os números mostram que as pessoas reconhecem “competência” ao CDS.

No que toca a prioridades, elege o turismo, a acção social, os transportes e a educação como bandeiras, alegando que, nos últimos anos no concelho, a política seguida tem sido do “betão”. Paulo Freitas do Amaral diz que Oeiras tem de “olhar” para a costa para se desenvolver turisticamente e, no que toca ao emprego, propõe a criação de um fundo de apoio a pequenas e médias empresas.

Quer também apostar nos transportes, considerando que as pessoas que vivem no interior do concelho não têm outra forma de se deslocarem até ao litoral sem ser de carro. E acusa o actual executivo de más políticas educativas: “A educação tem dado um prejuízo enorme ao concelho, principalmente através das parcerias público-privadas, que são muitos milhões de euros de prejuízo para Portugal e que as forças tanto do PS, como PSD e IOMAF [Isaltino Oeiras Mais à Frente] têm responsabilidades na aprovação dessas parcerias público-privadas aqui no concelho”, defende.

Paulo Freitas do Amaral vai contar ainda durante a campanha com o apoio do seu familiar, o ex-ministro e fundador do partido, Diogo Freitas do Amaral: “Esta candidatura tem uma forte componente de independentes nas suas listas e, portanto, eu creio que todos os independentes e, por sua vez, também ligados à história do CDS são bem vistos”, afirmou, ressalvando que a candidatura tem o apoio do partido, mas é “aberta”. “Arrisco-me a dizer que, em termos percentuais é a que tem mais independentes do país”, notou.

O secretário de estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, defendeu que em Oeiras faz todo o sentido que o CDS não concorra em coligação: “É um concelho particular, com um contexto político particular, onde ainda mais se justifica que exista uma candidatura do CDS”, disse, acreditando que “uma candidatura autónoma do CDS com pessoas da terra” vai criar o “movimento de mudança necessário”. “A gestão camarária é aquela que se conhece, com os problemas que se tem conhecido e a verdade é que a candidatura do PSD não parece estar apostada numa mudança em Oeiras, mas numa espécie de revanche relativamente a candidatos anteriores”, afirmou. É Francisco Moita Flores quem concorre pelo PSD a Oeiras, contra Paulo Vistas (actual autarca e candidato pelo movimento Isaltino Oeiras Mais à Frente) e ainda Marcos Sá (PS), Daniel Branco (CDU), Carlos Gaivoto (BE), Richard Warrel (PAN) e Joaquim Manuel Ferreira (PCTP/MRPP).

Durante a arruada, Paulo Freitas do Amaral e o secretário de estado foram confrontados com cidadãos que disseram querer penalizar os partidos do Governo no dia 29 de Setembro. Mas Adolfo Mesquita Nunes insistiu que “esta é uma eleição local”.

Segundo o número dois da lista de Paulo Freitas do Amaral, Nuno Gusmão, a campanha que têm feito é “humilde e modesta em termos de gastos, em claro respeito pelas dificuldades que a sociedade atravessa neste momento”. E, de facto, assim foi: um grupo de 20 pessoas distribuiu alguns folhetos, com meia dúzia de bandeiras, nada de música, nem carros nem tambores. Nesta arruada estava prevista a participação do deputado Telmo Correia, mas o também candidato à Assembleia Municipal de Lisboa teve de desmarcar à última hora.

 

 

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