PS continua a subir, dobra o PSD, e já roça a maioria absoluta

Estudo da Pitagórica para o JN e TSF mostra os socialistas imparáveis e o PSD, a CDU e o CDS com mínimos históricos.

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António Costa tem razões para sorrir Nuno Ferreira Santos

A distância entre PS e PSD nas intenções de voto continua a aumentar: se as legislativas tivessem sido na segunda semana de Julho, o PS teria o dobro dos votos do PSD e ficaria a roçar a maioria absoluta, indica a sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias e TSF revelada nesta segunda-feira.

Os socialistas chegariam aos 43,2%, enquanto os sociais-democratas se ficavam por 21,6%. Os valores são tão mais significativos quando representam uma descida sucessiva desde Abril, altura em que o PS tinha 37,2% das intenções de voto e o PSD 25,6%.

Para o PS, os valores desta sondagem representam também uma subida de 11 pontos em relação ao seu resultado nas legislativas de 2015. Por outro lado, para o PSD, um resultado de 21,6% representaria o pior de sempre em legislativas.

Num hipotético cenário, poderia bastar ao PS a ajuda do PAN, para o qual a sondagem prevê 3,6%, e que no círculo de Lisboa poderia passar de um para três ou quatro deputados e no Porto ficar com dois ou três. Para chegar à maioria absoluta, o PS precisaria de pelo menos 45% – os 44,06% de António Guterres em 1999 fizeram-no eleger 115 deputados (metade dos 230 do plenário), e levaram-no a um mandato de negociações sucessivas que quase transformaram o país num “pântano”, como afirmou quando se demitiu.

O Bloco consolida o terceiro lugar, com 9,2%, e a CDU mantém o quarto, com 6,8%. O CDS, porém, depois de ter começado em Abril com os mesmos 6,5% que a CDU, continua a cair, chegando agora aos 6%. Destes três partidos, os grandes derrotados seriam a CDU (a sua pior classificação foram os 6,9% nas legislativas de 2002) e o CDS, que se arrisca a voltar ao tempo em que recebeu a alcunha do “partido do táxi”, em finais dos anos 80 e início de 90, quando não chegava aos 5%.

O PAN mantém-se em 3,6% e o Aliança recua de 1,5% para 1,2%. O partido Pessoas-Animais-Natureza tem uma boa implantação nas áreas urbanas de Lisboa e do Porto, onde regista intenções de voto de 7,7% e 5,9%, respectivamente.

O aproximar das eleições sente-se também na redução dos que dizem tencionar votar em outros partidos mais pequenos ou em branco ou até voto nulo – eram há três meses 11,1%; são agora 7,6%.

Em quem não votavam, com certeza

Na guerra da transferência de votos entre partidos, são os eleitores que dizem ter votado na coligação PSD/CDS em 2015 que mais desistem destes partidos: uma quota de 4,7% diz que desta vez tenciona votar no PS, 0,3% viram-se para a CDU e 9,4% estão agora indecisos. Entre os eleitores socialistas de 2015, 1,5% mudariam agora para o PSD, 0,3% para o CDS, 0,6% para a CDU e 2,6% para o BE. Assinale-se que se há 0,9% dos votantes CDU em 2015 a responderem que agora votariam Bloco, entre os eleitores do BE há quatro anos não há qualquer transferência para a CDU neste ano.

Olhando para os líderes, os eleitores também mostram certezas: sabem em quem votariam “com firmeza” para o lugar de primeiro-ministro e em quem “jamais votariam como potencial candidato” para chefe de Governo.

Se António Costa recebe o apoio inequívoco de 26% dos eleitores e se Rui Rio tem 14% dos eleitores a responder que votariam com certeza nele, já 77% dos inquiridos respondem que jamais votariam em Pedro Santana Lopes para o cargo que ele já ocupou durante menos de um ano em 2004/05 (em Maio eram 70% a dizer o mesmo, pelo que o líder do Aliança está a perder apoio).

Assunção Cristas também vê aumentar a rejeição, de 66% para 70% e tem 7% de votantes firmes – o mesmo acontece com Rio (54% dizem agora que nunca votariam nele) e André Ventura (cuja taxa de rejeição sobre de 61 para 63%). Jerónimo de Sousa recebe 73% das negas e apenas 5% de apoio absoluto (os valores mantêm-se desde Maio).

Esta sondagem foi realizada pela Pitagórica para o Jornal de Notícias e a TSF, tendo o trabalho de campo ocorrido entre 8 e 14 de Julho, com a realização de 800 entrevistas telefónicas. Estima-se que a margem de erra máxima seja de 3,54%, para um nível de confiança de 95,5%.

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