PS inaugura exposição para “recordar e descobrir” meio século da sua história

A exposição de cartazes emblemáticos encontra-se na sede do partido, no Largo do Rato. Enquanto visitava o local, António Costa foi saudado por militantes pelo seu trabalho na liderança do partido.

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António Costa na sessão de abertura das comemorações dos 50 anos do PS, na sede do partido LUSA/MIGUEL A. LOPES

De portas abertas e casa cheia, o PS inaugurou esta quarta-feira, no âmbito do 50.º aniversário do partido, uma exposição de cartazes emblemáticos com o objectivo de dar a "conhecer, reconhecer, recordar e descobrir" o percurso histórico dos socialistas.

À hora marcada, centenas de militantes, dirigentes e simpatizantes socialistas juntaram-se na entrada na sede nacional do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, para a inauguração, pelas mãos de António Costa e Carlos César, da placa comemorativa dos 50 anos do partido.

Os dois dirigentes socialistas assumiram depois a dianteira de um grupo de militantes socialistas na descoberta de uma exposição com mais de uma centena de cartazes sob o lema "uma história para o futuro", cartazes que se distribuíram entre a Galeria 19 de Abril inaugurada esta quarta-feira, no piso 0 da sede nacional, e o salão nobre do piso 1.

Na visita, o secretário-geral do PS, António Costa, foi mantendo a conversa com o presidente do partido, Carlos César. Entre comentários sobre o simbolismo e tempo histórico dos cartazes, António Costa recebeu saudações de vários militantes pelo trabalho na liderança do partido e no executivo. Num percurso paralelo, perto de Costa e César estavam os ministros Fernando Medina e Duarte Cordeiro.

A exposição, com curadoria de José Manuel dos Santos e Pedro Marques Gomes, foi realizada em colaboração com a Fundação Mário Soares e Maria Barroso. O arquivo histórico exposto é apresentado pelo folheto informativo como um convite "a descobrir o que não se conhece, a reflectir sobre o que se vê, a imaginar o que aconteceu".

"Esta exposição é feita com o rigor geométrico que cada um destes cartazes tem e com a liberdade que comunica. Ao olhá-los, vemos as imagens e as palavras que, em cada período político, deram rosto e voz a um projecto ou a um programa, a uma proposta ou a um protagonista, a um protesto ou a um propósito", lê-se na nota informativa.

Para facilitar a imaginação de "o que aconteceu", o espaço foi dividido em seis momentos, definidos a par com os aspectos maiores da vida e história do partido: a Juventude Socialista, as Mulheres Socialistas, as campanhas eleitorais, os congressos e secretários-gerais, os Presidentes da República e a identidade, afirmação e intervenção.

Os primeiros quatro pontos da mostra estão expostos no piso da entrada, o quinto ponto fica na escadaria da sede nacional, que faz a passagem entre os pisos 0 e 1, e o último, a "Identidade, Afirmação e Intervenção", monopoliza o espaço do salão nobre do piso superior.

Pela Galeria 19 de Abril, no piso 0, pode ver-se a "irreverência da mensagem política" da Juventude Socialista em cartazes com lutas mais actuais do que outras, como a defesa da maioridade aos 16 anos ou a campanha pelo fim do armamento nuclear.

No espaço dedicado às mulheres socialistas, estão à vista, por exemplo, cartazes do Movimento Internacional das Mulheres e referências aos dias internacionais da mulher ao longo dos anos.

A zona das campanhas eleitorais está repleta de caras conhecidas da história recente e não tão recente do PS como Mário Soares, Jorge Sampaio, António Guterres, José Sócrates ou António Costa. E alguns slogans saltam à vista como o do "fazedor" Eduardo Ferro Rodrigues que conta no cartaz com o lema "Falar é fácil. Fazer é connosco".

Pela área dos congressos e secretários-gerais podem ver-se os cartazes relativos aos 23 congressos do PS, referidos como "os grandes acontecimentos de afirmação democrática" do partido e as caras de todos os secretários-gerais, "os grandes protagonistas dos congressos" que "dão o seu nome e a sua imagem aos sucessivos períodos da história do partido".

Da subida das escadas até ao salão nobre, os destaques são sobre os dois únicos Presidentes da República socialistas: Mário Soares (1986-1996) e Jorge Sampaio (1996-2006). Além das antigas figuras presidenciais, estão, também, cartazes antigos que apelavam ao "poder democrático dos trabalhadores", ao "socialismo contra o capitalismo" e à união "com o MFA pelas eleições".

O último ponto da exposição, e também o mais extenso, sobre a "Identidade, Afirmação e Intervenção" deu mostra da história ideológica, interventiva e organizacional do Partido Socialista ao longo dos 50 anos de história.

Muitos dos presentes na exposição prestaram especial atenção a propaganda relativa a outros aniversários do partido, a recolhas de fundos e aos encontros nacionais de profissionais socialistas de vários sectores. Sobre a história ideológica do partido, pode observar-se um cartaz pouco elaborado, onde constavam só três elementos: a cara do filósofo Karl Marx, o seu nome e o logótipo do partido.

Também no Salão Nobre estavam disponíveis sobre uma mesa uma série de cartazes impressos destinados aos militantes que os quisessem levar para casa. E dos mais velhos aos mais novos foram muitos os que não se inibiram de pegar em vários e guardá-los debaixo do braço no restante da cerimónia.

A exposição integra os 50 anos do Partido Socialista, tem entrada livre e os cartazes expostos integram o Arquivo Histórico do Partido Socialista, cujo tratamento e organização estão a cargo da Fundação Mário Soares e Maria Barroso e contou também com a colaboração do Arquivo da Biblioteca Nacional.

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