Caso suspeito de infecção por novo coronavírus em cidadão vindo de Milão deu negativo

Até agora, os resultados de todos os outros casos suspeitos de infecção detectados em Portugal deram negativo. O cidadão proveniente de Milão foi encaminhado para o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto.

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O caso suspeito de infecção pelo coronavírus (Covid-19) num cidadão que veio de Milão para Portugal deu negativo, confirmou esta manhã a Direcção-Geral de Saúde (DGS) em comunicado. Este era o 13.º caso suspeito de infecção com Covid-19 detectado em Portugal.

O caso dizia respeito a um doente, proveniente de Milão, Itália, que foi encaminhado para o Centro Hospitalar Universitário de São João após avaliação clínica e epidemiológica. Esta é uma das unidades de referência para o Covid-19 em Portugal, juntamente com os hospitais Curry Cabral e Dona Estefânia, ambos em Lisboa.

Até agora, os resultados de todos os outros casos suspeitos de infecção do Covid-19 detectados em Portugal deram negativo.

A análise pode ser feita através da sequenciação do genoma do novo coronavírus — e neste caso o resultado demora cerca de uma semana — ou através de testes rápidos, que darão resultados entre cinco a seis horas. Tal como o PÚBLICO avançou na noite deste domingo, o Insa dispunha dos reagentes necessários, daí que tenha sido possível realizar os testes rápidos.

Na última semana, Itália tem registado um surto nos casos de Covid-19, com três mortes e mais de 150 casos confirmados. O facto de não se conseguir encontrar uma ligação directa à China (epicentro do Covid-19), está a preocupar a Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Medidas de “precaução"

O internamento do doente suspeito de infecção com Covid-19 no Hospital São João “é apenas por precaução”, disse à agência Lusa a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, sublinhando que a DGS está a “atenta à situação”.

“Estamos a acompanhar atentamente a situação em Itália, que está circunscrita a algumas zonas, não ao país inteiro. De qualquer maneira, de facto, internámos uma pessoa para investigação, apenas por precaução”, adiantou Graça Freitas.

Reconhecendo que “muitas pessoas de Portugal estiveram em Itália nos últimos dias, nas últimas semanas, sobretudo nos últimos 14 dias, que são os dias que interessam,”, a directora-geral da Saúde fez questão de “deixar uma palavra de tranquilidade a estas pessoas, mas dizer-lhes também que estejam atentas”. “Se estão assintomáticas, [devem] estar atentas ao aparecimento eventual de sintomas, sobretudo se estiveram com doentes em Itália”, disse Graça Freitas.

“Vamos publicar no nosso site as áreas afectadas [em Itália] para as pessoas poderem saber quais são os focos onde a doença está presente”, anunciou ainda.

A quem regressou recentemente de Itália, Graça Freitas aconselha “tomar aquelas precauções básicas de higiene das mãos, higiene respiratória, não tossir nem espirrar em direcção a outras pessoas ou até mesmo falar, manter algum distanciamento social”, mas também “não frequentar sítios fechados e com muita gente, a não socializar em termos de afectos. Muitos beijos e muitos abraços não serão o mais indicado nesta altura”, disse.

“Pelo menos, nos próximos dias, até nós entendermos bem o que se está a passar em Itália, nomeadamente como é que este foco se instalou, como é que a doença poderá ter iniciado”, sublinhou. Insistindo para que “as pessoas se mantenham tranquilas”, a directora-geral da Saúde sublinha que quem eventualmente tenha sintomas — que incluem febre, dores no corpo e cansaço — deverá contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24.

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